Olá!

Participando do Desafio 12 Meses Literários de 2018, o escolhido do mês é um livro nacional. E como gosto de romances policiais e devia uma resenha à Oasys Cultural, de quem recebi esse exemplar, 2.990 Graus foi uma boa leitura.
SKOOB - 2.990 graus conta a história do delegado Hermano, conhecido na delegacia pela alcunha de Poeta, obviamente, por gostar de poesia. Ele é jovem e inexperiente, mas se orgulha de jamais ter usado sua arma. Apesar da falta de experiência, ele recebe a incumbência de investigar o assassinato de um deputado. Um crime cometido com requintes de crueldade. 

O deputado foi morto tendo um maçarico enfiado em seu ânus, queimando tudo por dentro. Literalmente, seus órgãos viraram churrasco. Foi morto, mas não sem antes ser torturado. Por ser um político morto, é claro que a população ficaria do lado... De quem o matou. Mas, antes mesmo das investigações começarem, outro morto: também deputado, morto do mesmo modo.

Hermano e sua equipe, formada por Jaqueline (que também é sua amante), Tomás, Fábio, Percival e o delegado chefe Belchior, vão investigando até darem de cara com um certo pastor. Esse pastor tem uma longa ficha criminal, mas encontrou Jesus e agora ministra na igreja da Chama Divina – um nome bem sugestivo, não?
Além das investigações, a vida pessoal do protagonista não é das melhores: Alice, sua namorada, faz aulas de pintura. Com o ex-namorado. Ele até gosta de vê-la fazendo as aulas, mas sente uma pontada de ciúme, claro.

Cada vez mais políticos vão ser assassinados, e com eles, longas fichas criminais. Todos eles desviaram dinheiro de obras públicas para enriquecimento próprio, é claro. Um deles desviou dinheiro da tragédia de Petrópolis, em 2011, para colocar em outra ação pública. Pior do que isso foi que a população começou a apoiar quem matava os políticos, ganhando a alcunha de “Vingadores do Povo”. 

O que mais me surpreendeu – positivamente – na obra foi a proximidade dos fatos com a realidade. Apesar da história se passar no Rio de Janeiro, os políticos ladrões estão em todo o país. Corrupção, crimes, redes sociais fervilhando de ódio... Tudo isso está no livro, o que faz com que a história de Hermano torne-se tão palpável. Não precisamos ir até os Estados Unidos ou a Suécia, temos nossos próprios crimes e nossos próprios policiais. Só depende de nós definir em qual lado está.

Mas admito que não gostei tanto do Hermano. É um excelente policial, apesar de sua falta de experiência. É inteligente, gosta de ler e tem um bom raciocínio, mas não é o tipo de personagem que você torce por ele. Achei ele um tanto hipócrita, por ele ter uma amante e sentir ciúme da namorada porque ela tem aulas com o ex – que a traiu enquanto namoravam. Nesse ponto, não deu pra concordar com ele.

O autor tem longa carreira na TV, principalmente como roteirista. É o primeiro livro dele que leio e gostei bastante, ainda mais por ser tão atual e retratar a situação do nosso país. Espero que ele continue na jornada literária, lançando mais romances policiais, não necessariamente com o Hermano como protagonista.

"– Eu também, delegado. Felizes os que têm muitas vaidades. A maior riqueza é ter do que se envaidecer."

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Olá!

A Ana, do EC&M, através de parceria com a Arqueiro, conseguiu para mim um exemplar de Entre Irmãs, um livro maravilhoso que recentemente virou filme. Uma história de ficção, mas que poderia ser real, dadas as circunstâncias. Resenha originalmente postada no Entre Chocolates e Músicas.
SKOOB - Entre Irmãs vai contar a história das irmãs Luzia e Emília, que vivem na pequena Taquaritinga do Norte, no sertão pernambucano. Elas vivem com a tia Sofia e são costureiras de mão cheia. Emília sonha em se casar e ter uma família; já Luzia, por causa do braço defeituoso, não será muita coisa na vida, já que ninguém vai querer se casar com uma moça com um “problema grave”. A coitada era chamada de “Vitrola” porque o braço ficou dobrado, como se fosse uma vitrola de disco de vinil.

Estamos na década de 1920 e o cangaço está em seu auge. O Carcará, por onde passa, causa estragos. Ele e seu bando são o terror dos coronéis. Aliás, o coronelismo é muito forte no lugar (o que não é diferente de hoje, em cidades pequenas/povoados do Nordeste). As moças têm uma vida até tranquila: fazem as tarefas domésticas, vão à escola do padre Otto e costuram para a esposa do coronel Pereira, cliente fiel, além de frequentarem o curso de costura dado pela esposa do coronel quando esta comprou uma máquina Singer.

Porém, a vida delas vai mudar quando Carcará chega à Taquaritinga do Norte e “solicita” os serviços de Sofia e das moças. E será nesse momento em que elas vão se separar. Anos depois, Emília é a senhora Degas Coelho, uma família tipicamente recifense. Os Coelhos são conservadores e, por causa de sua relevância na cidade, são muito respeitados. O dr. Duarte Coelho, pai de Degas, não mediu esforços para abrir o Instituto de Criminologia, que tem como objetivo principal medir e verificar os crânios das pessoas – principalmente dos cangaceiros.

Sim, naquele tempo era comum medir a cabeça das pessoas para verificar se era possível saber, entre outras coisas, se uma pessoa seria criminosa ou honesta. Na época, tinham vários estudos sobre isso no país e o dr. Duarte era uma referência no assunto. Enquanto o patriarca estava às voltas com suas cabeças, Emília sofria em aprender as regras morais da sociedade local – por incrível que pareça, nada muito diferente de hoje.
Naturalmente, as opiniões das mulheres não tinham lá muita importância, elas sequer votavam! Assim como a autora descreve, as mulheres brasileiras só puderam votar a partir de 1932, após intensa movimentação durante o governo Vargas. Emília, que já não era mais a jovem inocente da caatinga, tinha diversas obrigações, mas nunca se esqueceu da irmã.

Luzia agora era a “Mãe” do bando de Carcará. Depois que se uniu ao bando – de livre vontade, devo dizer – ela comeu o pão que o diabo amassou para obter o respeito dos homens. Mas, pior que os cangaceiros, era a caatinga. Cruel e implacável, o sertão transforma homens e mulheres em sobreviventes. Não há água, o sol suga a energia das pessoas, para onde você olha, seca e mais seca. É uma lástima, de verdade. E Luzia, que nunca teve grandes expectativas, passou a ser alguém. E, como não podia ser diferente, também nunca esqueceu a irmã.

Primeiro, tenho que dizer que estou encantada com a trama! Nem parece que Frances passou boa parte da vida fora do país, tamanha facilidade em explicar os termos sociais/culturais/econômicos do país entre as décadas de 20 e 30. Dado o tempo em que Emília e Luzia viveram, infelizmente o machismo é visível em boa parte da obra. Mas isso não deve afastar o leitor, pelo contrário, são livros como esse em que podemos compreender bem a importância de lutar contra o machismo, e entender como esse mal não vem de hoje e está tão arraigado na sociedade que acabou virando lugar-comum.
Conforme entramos na leitura, parece que podemos ver tudo claramente: o sertão, a casa de tia Sofia, a escola do padre Otto e, mais adiante, a mansão da família Coelho, as mulheres das duas grandes sociedades locais, que faziam o bem não pensando no próximo, mas pensando em aparecer nas colunas sociais. Muita coisa que hoje parece abominável, naquela época era considerado natural – não necessariamente honesto ou não. Além disso, só o fato de que o livro ganhou um prêmio importante, portanto, estrangeiros demonstraram interesse pela história, já é algo muito relevante, tendo em vista que nem todas as opiniões sobre o Brasil são as melhores, infelizmente.

Por um forte desgaste mental, acabei demorando muito para concluir a leitura, mas se você tem tempo livre, em quatro dias você percorrerá as duas décadas de história. Aliás, o livro em si, mesmo se tratando de uma trama de ficção, tem muito de História do Brasil. É o tipo de livro que professores podem muito bem indicar aos alunos para que possam entender o que foi a República Velha, por exemplo. Claro que não se conta tudo, porém as personagens conseguem situar o leitor no período, fazendo com que ele compreenda o início da República com grande facilidade.

Por mais que a autora seja brasileira e o Brasil seja o retratado, eu não considero essa obra literatura nacional, pois não foi publicado originalmente aqui, mas isso não significa que não tenha sua importância. Aliás, só o fato de não ter sido publicado aqui é algo a se reparar. Quantas editoras americanas publicariam algo sobre um país da América Latina que fuja dos estereótipos? Não sabemos. Talvez o cangaço e a caatinga tenham lá seu charme fora do país.

Sendo assim, faz-se necessário dizer que a escrita da autora é muito boa. O Booklist indicou o livro para os fãs de Isabel Allende. E eu, como fã da chilena, posso afirmar que o site tem razão. E olha que não sou dessas de confiar em indicações de sites especializados, já que nem sempre eles acertam. A ficção com pitadas de fatos reais (uma coisa que amo, aliás) é marca registrada de Isabel, e como disse, tem muito no livro de Frances.

Enfim, recomendo o livro para aqueles que querem entender uma parte importante da história do país e também para quem quer conhecer uma realidade cruel e intocável do Brasil. A Arqueiro fez uma edição impecável, sem nenhum tipo de erro e a capa é o pôster do filme, que conta com as atrizes Nanda Costa e Marjorie Estiano nos papéis principais.

"Nunca confie na fita de um estranho."

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Olá!

O resenhado de hoje me foi uma grata surpresa. Um romance nacional misturado com aula de História recente do Brasil, contando como era o país depois da abertura política, dando início ao processo de redemocratização da nação (que acho que não vem dando muito certo). Conheçam o primeiro livro de Toni Moraes, O Ano em que Conheci Meus Pais.
SKOOB - O Ano em que Conheci Meus Pais conta a história de Jonas Damasceno, um jovem que está para se formar em jornalismo e que almeja seguir na carreira de correspondente de guerra. Lembrando que estamos na São Paulo de 1989 e o Brasil e o mundo fervilham de novidades, como a primeira eleição direta sendo realizada no país e o Rebelde Desconhecido tentando parar tanques de guerra em Pequim.

Porém, depois de ir até o Rio para assistir a uma palestra de um sobrevivente da ditadura, Jonas começa a duvidar de sua história. Isso porque ele foi criado pelos avós, depois que seus pais foram vítimas fatais de um acidente de carro, em 1970. Ele nasceu em Belém do Pará, mas desde os três anos mora com os avós. O tal palestrante, ao ouvir o nome completo do rapaz, lhe faz uma revelação interessante, que o faz colocar em xeque toda sua vida.

Ao confrontar a vó Veroca (apelido de Verônica) sobre a tal revelação, Jonas fica mais confuso ainda. Sua relação com o avô Odílio, um militar, nunca foi das melhores. E tanto esse fato como diversas situações de sua vida, fazem com que ele comece uma viagem no tempo. Antes de querer cobrir tragédias e conhecer histórias, ele precisará saber de sua própria história. Com a ajuda de Domenico, seu melhor amigo, Jonas parte numa viagem não só até Belém, mas também numa jornada para saber quem foram seus pais.

Primeiro recebido em parceria com a jovem Monomito Editorial, O Ano em que Conheci Meus Pais não conta só a história de Jonas, conta também um emblemático capítulo na história de nosso país. Os pais de Jonas eram comunistas, e todo mundo sabe que, durante o regime militar, isso era um crime. Em paralelo à história de nosso protagonista, também temos acesso a um certo diário, em que descobrimos como era a vida de um militante - particularmente, eu não teria coragem de ser militante, independente do lado que eu acredito.
O estreante Toni Moraes nos mostra como era Belém do Pará em 1989, um cenário muito interessante, com certeza muito diferente da cidade como é hoje. Nunca saí da região sudeste, mas ao ver as descrições (muito bem feitas) da cidade, me deu vontade de conhecê-la, mesmo sabendo que hoje está bem diferente. Inclusive, acredito que o autor tenha tido um trabalho e tanto pra pesquisar como era a cidade naquele tempo.

Precisamos falar sobre Domenico. O melhor amigo de Jonas é um artista plástico famoso, que chocava a população com suas obras, em que usava de tudo, até mesmo esperma (e os conservadores reclamando do pelado do museu...). Mas ele tinha uma grande tristeza: além de se sentir sozinho muitas vezes, ele descobriu ser soropositivo. Justamente na época em que a doença era vista como "coisa de viado", lembrando que o primeiro caso de AIDS no país foi em 1982. Diferente de hoje, onde o Brasil é referência no tratamento do vírus, naquele tempo, não tinha muitos recursos e quem tinha a doença morria cedo.

Mesmo sabendo que tinha pouco tempo, Domenico não hesitou em ajudar o amigo e lhe acompanhar numa cansativa viagem de carro até Belém. Munidos de um mapa e muita coragem, a dupla conseguiu levantar informações importantes, enquanto Jonas repensava sua própria vida, seu futuro, seu relacionamento com Renata... além, claro, de ter um choque de realidade. Por ter tido uma vida boa (bons colégios, tudo do bom e do melhor, formando da PUC, etc.), nunca lhe passou pela cabeça que poderia haver pessoas que ficavam à própria sorte, sendo esquecidas pelo governo (nada muito diferente de hoje).

Como sabem, sou formada em Jornalismo, então todo e qualquer livro que tenha um como protagonista de cara me encanta. E com Jonas não foi diferente. Sua sede de descobertas me fez lembrar como eu era quando comecei minha própria faculdade. Logo de cara sabemos que ele deseja ser correspondente de guerra e me identifiquei um pouco quando me lembrei que entrei na faculdade querendo ser correspondente internacional, mas o mundo girou e acabei me juntando a duas amigas para criar uma revista literária.

Jonas vai usar seus conhecimentos aprendidos na faculdade para obter respostas e foi muito bom acompanhá-lo nessa jornada, também investigando com ele, acertando algumas coisas, errando outras (sou péssima em pegar as coisas no ar). Obviamente, muita coisa é revelada, nos fazendo ter vários sentimentos em relação às personagens - quero deixar bem claro que odeio o Odílio.

Por fim, se esse livro virasse filme, daria um roteiro incrível, porque muitas das informações passadas são reais, então o leitor terá uma ótima aula de História do Brasil, ainda mais sobre um capítulo que ainda não está esclarecido às novas gerações. Sobre o trabalho da Monomito está incrível, é uma editora que veio para ficar, com uma edição impecável e o mais bacana é que a foto que está na capa é da família do autor, salvo engano, são os pais e do irmão de Toni, segundo ouvi de uma moça no dia em que fui à sessão de autógrafos.

Agradeço ao Toni e à Adriana Chaves, sua editora, por me permitirem ler essa história tão maravilhosa e desejo muito sucesso à Monomito, que seja a primeira de muitas publicações! Ah, e Toni, obrigada pelo autógrafo! E você pode garantir o seu na loja online da editora.


Olá!

O projeto Mulheres em Cena, das irmãs Nara Tosta e Lara Braga, nasceu, segundo elas mesmas, "da expressão artística das irmãs Lara Braga, poeta e compositora e Nara Tosta, escritora e contadora de história" (fonte: Site Oficial). O primeiro livro que li, Maria Isabel e Soraia, a priori, me pareceu ser um romance LGBT, por causa do título, mas ao me deparar com as histórias, são textos de mulheres reais, gente como a gente - e não, não tem nada de LGBT na obra.
SKOOB - Pelo que percebi, podemos separar o livro em duas partes: a da Maria Isabel e a da Soraia. Elas não se conhecem, em comum, apenas o fato de morarem na Tijuca (Rio de Janeiro) e que têm grandes dilemas a resolver. Primeiro vamos conhecer Maria Isabel, empresária e dona de casa, que faz de tudo para manter sua família unida, porém se sente infeliz porque não se sente completa como mulher. Seu marido, Luiz Henrique, não lhe dá atenção, a chama do amor está apagada.

Nesse meio tempo que Bel tenta (sozinha) salvar o casamento, ela conhece alguns homens, com quem tem momentos incríveis, que jamais teve com seu marido. Esses momentos com tais homens também a fazem lembrar de sua mãe, já falecida, de quem se afastou para poder ficar com o marido. Ela também se preocupa com o filho Vinícius, que está crescendo e cada vez menos precisa dela. As máscaras vão cair quando Bel deseja abrir um novo negócio e Luiz Henrique mostra sua verdadeira face.

A outra história vai nos apresentar Soraia, divorciada, mãe de dois filhos e uma empresária de sucesso. Uma mulher com passado difícil, que virá à tona quando sua irmã Valesca (que vive sob um casamento abusivo) lhe informa que Gustavo, o grande amor de Soraia, faleceu. Com a morte de Gustavo, Soraia cairá num abismo vertiginoso, que lhe trará muitas lembranças.

O relacionamento de Gustavo e Soraia não deu certo por vários motivos, desencadeado pela diferença de idade: quando se conheceram, Soraia era uma jovem de apenas 16 anos, enquanto Gustavo era vinte anos mais velho. Com isso, a mãe de Soraia, uma mulher intransigente, obrigou a jovem a casar-se com Edson, que lhe agredia e maltratava. Dessa união, nasceu Fábio. Depois, ela adotou Flávio, filho de uma alcoólatra.

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Muitos segredos e sensações permeiam esse livro. Elas são Maria Isabel e Soraia, mas podem ser qualquer uma de nós. Quantas vezes não vimos mulheres sofrendo com companheiros abusivos ou ausentes, alcoolismo, agressões, submissão... enfim, são histórias que, diferente de muitos romances, realmente podem acontecer com qualquer uma de nós.

O que mais gostei desse livro, além da narrativa da autora, simples e sucinta, é que as páginas do livro são cor-de-rosa! Eu nunca tive um livro com páginas diferentes de amarelo ou branco, no máximo tenho livros com laterais verdes e pretas (cada um é de uma cor, quero dizer). A edição da Bambual (não a conhecia) está caprichada e impecável.

No momento, são dois livros, mas espero que o projeto cresça mais ainda e tanto a Nara como a irmã produzam muito mais conteúdo, todos precisam conhecer o "Mulheres em Cena"! E aproveito para agradecer novamente à Oasys Cultural pela confiança em nossa parceria e também pela sugestão de leitura, foi maravilhoso!

Você pode adquirir o seu no site oficial do projeto Mulheres em Cena.


Olá!

Mais uma vez, depois de muito tempo, trago uma resenha de livro do mais amado (pelos gringos) e mais odiado (pelos brasileiros) autor nacional Paulo Coelho. O Alquimista é uma de suas masterpiece e sua rápida leitura nos diz porquê. Em nova edição da Sextante, essa história é atemporal.
SKOOB - O livro vai contar a história do pastor Santiago, que mora na Andaluzia (Espanha) e tem uma vida tranquila: tem suas ovelhas, vende a lã delas e vive assim, na mais absoluta paz, sonhando em poder se casar com a filha do comerciante que lhe compra a lã. Porém, por duas noites seguidas, ele tem um sonho. No sonho, ele vê uma criança se aproximar e brincar com suas ovelhas (ele odeia que se aproximem de suas ovelhas), porém, de repente, a criança pega na mão do pastor e o leva até as pirâmides do Egito.

O pastor visitou uma certa cigana, que desvendou o sonho para ele. Agora, sua missão era ir até as Pirâmides buscar um tal tesouro. Depois, ele encontra um velho, que lhe faz algumas revelações. A partir daí, Santiago percorrerá um longo caminho até seu objetivo. Mas não é só geograficamente, é também longo mental e espiritualmente.

Muitos odeiam Paulo Coelho depois de ter lido um de seus livros, muitos odeiam sem ter lido, mas o fato é que só os brasileiros o detestam. Lá fora, famosos e anônimos devoram as mensagens do autor carioca - que, em virtude de seu aniversário de 70 anos, escrevi um artigo na Nova Millennium falando sobre ele... E ELE LEU E CURTIU A PUBLICAÇÃO, o texto é este aqui (e desculpa o caps) - que apregoa que, basicamente, o segredo do sucesso é acreditar em si mesmo e ter um pouco de fé.

Eu comecei a ler os livros dele há muito tempo, ainda na escola, então provavelmente não entendi toda a mensagem que ele coloca em suas obras. O Alquimista foi um dos primeiros, uma edição bem antiga, lida via empréstimo. Como faz tempo que tinha lido, não me lembrava de quase nada e foi um prazer poder reler essa nova edição da Sextante, com um laranja vibrante e uma linda mensagem na capa de trás.

Apesar de o autor não permitir revisões em seus livros (vai saber o motivo), não encontrei erros de nenhuma ordem nessa edição. É uma leitura rápida, ágil, com capítulos curtos e sem enrolação. Recomendo a todos, mesmo pra quem não gosta sem ter lido. (até porque, se existiu a febre dos livros de youtuber, por que não ler Paulo Coelho, não é mesmo?) 



Olá!

Para o tópico de agosto do Desafio 12 Meses Literários, escolhi um livro que recebi da Ana, que tem parceria com a Universo dos Livros, detentora da hoo editora, selo voltado para o público LGBT.

SKOOB - Terezinha e outros contos da literatura queer é uma coletânea de 17 contos em que se exalta o amor e a vida, mas saindo da binaridade e da heterossexualidade. Não por isso ele não deve ser lido pelos héteros, pelo contrário, é uma obra em que qualquer pessoa, em algum momento, se identificará com algum dos textos.
E para quem gosta de métrica, tem para todos os gostos. São todos escritos em prosa, mas alguns mais parecem poesia, de tão delicados que são. Tem também quem escreve como o Saramago, que fugia das convenções tradicionais de escrita (Encabulada, pg. 105) inclusive, pra mim, é, disparado, o melhor conto do livro. E tem, claro, a boa e velha prosa, para os mais certinhos de plantão.

O livro também nos mostra como o preconceito permeia, mesmo que nas entrelinhas, nossas opiniões sobre o diferente. Numa sociedade que ainda não aceita o diferente, o novo, Terezinha é uma espécie de refúgio para aqueles que tentam entender as novas convenções, em textos de escrita simples, porém concisa, mostrando que todos merecem amar e ser amados, independentemente de sua opção/orientação sexual.

Como o livro é de contos e bem curtinho, vou deixar alguns quotes, um aperitivo do que esperar desse livro.

"Ouvir a batida de cada trilha de vida, como uma melodia gostosa de um único acorde, refazendo em notas, o fazer de novo, a outra chance de ser feliz. A vez." (Amor Irritante, pg. 73)

"Pra nova Vida nascida, nova poesia, ela escreveu a verdade do que sente e em favor do seu amor. Do amor de ambas. Em nova formação, a descrição do nascimento de novos sentimentos, em renovados três termos: Eu amo você!" (Rascunhos de Mim Mesma, pg. 44)

"Amor mais forte que a própria morte. Porque soube o que é amar e viver por alguém."  (Resquícios de Fantasia e Foliões, pg. 134)
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Olá!

Na retomada da parceria do blog com a Oasys Cultural, recebi um lindo exemplar de No Reino das Girafas, que, apesar de suas poucas páginas, tem uma grande lição. Foi escrito pela Jacqueline Farid e publicado pela editora Jaguatirica.
SKOOB - No Reino das Girafas conta a história de uma mulher - cujo nome não é informado em nenhum momento da obra - que, em viagem pela Namíbia, além de estar numa busca por si mesma e conhecer o país, também procura um jeito de terminar seu relacionamento, que está tão estável e rotineiro que perdeu todo o brilho de outrora. O namorado está em seu país de origem (que também não nos é informado).

Passeando por diversos pontos turísticos do país, nossa narradora vai imaginando situações e relembrando momentos de sua vida. E a viagem tem seus pontos perigosos, agravados pelo fato de que é uma mulher que está viajando sozinha, de carro, por um país desconhecido, numa região que não é vista com bons olhos pelo resto do mundo - num mundo machista, isso pode ser fatal, infelizmente. Mas nem só de perigo vive a narradora. Ela também desfruta lindos passeios por aldeias e savanas, encontrando todo tipo de animal, incluindo as girafas que dão nome ao livro.

Junto com seus instrumentos de praxe, a narradora leva um caderno de capa vermelha, em que, de acordo com o que acontece na viagem, ela pensa numa frase que se encaixa naquele contexto e escreve nesse caderno. As frases aparecem constantemente durante a leitura, uma mais linda que a outra.
A única verdade absoluta que o leitor sabe é que Jacqueline Farid viajou para a Namíbia três vezes, em 2009, 2010 e 2011, sempre no mês de agosto. Será que a autora estava inspirada durante essas viagens? Será que os fatos retratados no livro realmente aconteceram com ela? Será que ela realmente se separou do namorado?

Apesar de serem perguntas interessantes, todas elas ficam em segundo plano quando lemos o livro, que tem uma delicadeza única. Não sei em que ela se inspirou para escrevê-lo - além do país, claro - mas essa jornada de autodescoberta por parte da narradora nos faz refletir sobre nós mesmos e o que fazemos de nossa vida. Mesmo só tendo 108 páginas, cada linha, cada palavra tem sua importância na história. Só me irritei no finalzinho, quando eu tô quase feliz, aí a situação acontece e eu me pergunto: por quê?? Você conseguiu, não reclama, mulher!!

O trabalho de edição/revisão/capa da Jaguatirica segue um pequeno padrão da editora, mas essa capa com tons de terracota (parece nome de batom) e amarelo, com as girafinhas correndo está tão linda!!! Não encontrei nenhum erro e a leitura flui muito rápido, não só pela quantidade de folhas, mas também pela escrita simples da autora. Leitura recomendada.

Morrer é engolir o grito.



Olá!

Este mês, a Lendari mandou dois lançamentos bem bacanas, referentes à parceria que temos com o selo. Todo mundo sabe - e quem não sabe vai saber agora - que fantasia não é meu gênero prioritário, porque raramente as histórias me prendem. Mas, o resenhado de hoje passou longe disso. É fantástico sem ser absurdo. Sem falar na escrita bem original. Vem conferir a resenha de Dito pelo Não Dito, primeiro volume do Universo Insensati.
SKOOB / LENDARI STORE - Dito pelo Não Dito foi escrito a 24 mãos, mas a ideia foi da dupla Rodrigo Ortiz Vinholo e Pedro Hutsch Balboni e conta a história de Joana, uma mulher que imagino ter seus 30 anos, mora numa cidade de nome não citado, mas que deve ser interiorana, vive um relacionamento estável com Mauro, ou seja: uma vida comum.

Só que num certo domingo, Joana acorda, cumpre suas obrigações e, quando dá por si, Mauro não acordou. Ela o chama, pinta e borda, faz o sete e nada desse homem acordar. Mas ele tá vivo, disso ela tem certeza. Até que uma certa pessoa aparece para ela e, diz, entre outras coisas, que Joana deveria descobrir 10 coisas sobre Mauro que ela não sabia.

E de nada adiantaria ela levá-lo a um médico, porque se ela o fizesse - ou não descobrisse os tais 10 segredos - Mauro poderia simplesmente não acordar. Qualquer outra pessoa poderia dizer que estaria enlouquecendo, mas não Joana. Porque ela conhecia a tal pessoa. De longa data. Então não lhe restou outra alternativa senão cumprir a missão.
Essas cinco cartas de tarô e o adesivo vieram junto com o livro. 
O livro é curto, tem exatamente 200 páginas e foi escrito por doze pessoas - cada um escreveu um capítulo - mas ficou tão bem escrito que nem parece que doze estilos de escrita compõem a trama. Como eu disse lá no início, fantasia dificilmente me atrai, o que não foi o caso desse livro. Devorei cada página como se fosse um romance policial, tentando (e conseguindo, em alguns momentos) entender cada descoberta que Joana fazia.

O mais interessante dessa obra é que a fantasia contida nela não é nada absurda (tipo gnomos, unicórnios e afins), mas algo que qualquer criança poderia imaginar, um mundo que muitos de nós gostaríamos de viver - ou será que já vivemos e não sabemos? Uma história 100% nacional que nos faz mergulhar num ponto de vista muito diferente a respeito de certos temas que nem sempre discutimos.
Esse é o primeiro volume do universo (ou série) Insensati, o que indica que poderemos ter mais livros sobre o mundo de Joana. Aliás, vale ressaltar também as ilustrações. Cada capítulo tem duas ilustrações que condizem com o que será contado por cada autor. Os lindos desenhos foram feitos por Igum Djorge e são baseados no baralho do tarô, do qual sou completamente ignorante. Junto com o livro, vieram um marcador, dois adesivos (que estão no meu guarda roupa) e cinco cartas de tarô, que só entendi depois de ler a história.

Um universo totalmente novo foi aberto para mim e parabenizo a dupla pela ideia, o Igum pelas ilustrações e todos os autores por terem escrito uma história tão brilhante sem perder o estilo de escrita tampouco o fio da meada. Esse livro terminou onde deveria, mas deixou margem para o próximo volume, que já quero. Agradeço a Lendari o exemplar - que veio autografado pelo Rodrigo - e a confiança no blog para resenhar uma obra tão bonita!

P.S.: agora quero aprender a ler tarô.


Olá!

Só agora estou pegando o gosto por romances históricos. E A Paixão de Tiradentes, escrito pela dupla Assunção-Boisson me foi uma grata surpresa, até porque tem uma pegada de suspense. Vem conferir a resenha.


SKOOB - Misturando ficção com fatos reais (amo), A Paixão de Tiradentes vai começar com o jovem Philippe irredutível em seu desejo de estudar no Brasil. Ele é francês e decide estudar geologia em nosso país, especificamente em Ouro Preto. Ele não pensa em desistir, mas quando sua mãe morre (não é spoiler porque isso acontece nas primeiras páginas), mais do que nunca ele quer vir - contra a vontade do pai, claro.

Mas, antes de morrer, a mãe de Philippe o presenteia com uma imagem barroca. Uma santa. E não é uma imagem qualquer, é uma escultura feita por ninguém mais e ninguém menos que Aleijadinho, creio eu que é o maior escultor que esse país já viu. O jovem acha o presente uma bela bosta, mas acaba aceitando só pra deixar a mãe feliz. E qual não foi a surpresa quando, ao deixar cair acidentalmente a imagem, a mesma se abre e revela algumas coisas dentro dela!

E essas coisas são alguns - vários - diamantes e uns manuscritos escritos por Teresa de Carvalho, viúva de ninguém mais e ninguém menos que Tiradentes! Um dos primeiros mártires deste país teve parte de sua história registrada por sua segunda esposa, e esses papeis chegaram às mãos de Philippe, que, estupefato, resolve fazer uma cópia para levar ao Brasil, para que ele pudesse estudar com Véronique, tia de sua mãe.

Em Ouro Preto, Philippe conhece a jovem Gabi, por quem acaba tendo uma quedinha, pois nunca vira garota tão simpática em sua vida. Ele também revê Véronique, que vai se debruçar no conteúdo encontrado na santa. Conforme vão lendo, vão descobrindo mais e mais sobre o que foi a Inconfidência Mineira. Só que Philippe e Véronique não são os únicos interessados, mais alguém quer muito os diamantes e os manuscritos também...
Recebido em parceria pontual com a Livraria Francesa, A Paixão de Tiradentes é romance histórico misturado com suspense. Muito melhor que muita aula de História que tive na vida, o livro vai contar, com pitadas de ficção, o que aconteceu nos idos de 1789, quando Tiradentes (na narrativa é chamado de Xavier) e mais uma galera, revoltada com a possibilidade de uma derrama*, pensou em fazer uma revolta, afim de evitar o pagamento do imposto abusivo - olha o povo se fud**** desde o século XVIII...

* Para entender o que é a derrama, primeiro você precisa saber o que é o quinto. O quinto é um imposto que os cidadãos pagavam para a Coroa para cada quilo de ouro encontrado no país. Ou seja, se você encontrasse um quilo de ouro na colônia, 20% ia para Lisboa - que, por sua vez, repassava à Inglaterra para pagar dívidas. Como nem todo mundo pagava o quinto em dia, a dívida ia acumulando. A derrama é, basicamente, o confisco de bens e ouro para atingir as 100 arrobas anuais (ou uma tonelada e meia) de ouro que os mineradores deveriam pagar referente ao quinto.

Só que a Coroa nunca cobrou a bendita derrama. E descobriu a Inconfidência. Todo mundo foi preso, inclusive o maior judas do Brasil, Joaquim Silvério dos Reis, mas só o Tiradentes foi condenado à morte. Silvério foi perdoado e os demais envolvidos pagaram com trabalho forçado na África até morrer. Teresa conta como isso aconteceu com uma impressionante riqueza de detalhes. Detalhes esses que só quem viu pode contar.

E mesmo sendo ficção, os autores - separados por quilômetros de distância; Marc é francês e mora na Cidade do México. Stefânia mora no Brasil - conseguiram escrever uma história muito bem feita, rica em detalhes reais, sem ficar chato ou cansativo. A Paixão de Tiradentes é narrada em terceira pessoa, mas em dois tempos diferentes: em 2017, em Paris e Ouro Preto; e no século XVIII, através dos escritos que Teresa deixou.

Publicado originalmente em 2013, atualmente só pode ser encontrado no site ou nas unidades da Livraria Francesa, em uma edição exclusiva da LF Publicações (editora da marca Livraria Francesa). De início parece ser uma leitura mais adulta, mas a escrita é fluida e de fácil compreensão, sendo acessível para todas as idades. Devorei esse livro em um dia, tamanha era minha vontade de saber quem matou a mãe de Philippe e também dos pormenores da Inconfidência Mineira. Edição bem feita, sem erros de nenhuma ordem. Só não gostei das folhas brancas, mas a editora compensou usando uma fonte tipográfica um pouco maior - o que não fez as letras ficarem "sambando" na minha cara.

Enfim, A Paixão de Tiradentes foi uma grata surpresa para mim, agradeço à Livraria Francesa, representada pelo Vladimir, que foi quem me cedeu o exemplar. Espero que a editora publique mais obras da dupla, caso haja, porque gostei bastante da temática, ainda mais por saber que tem um estrangeiro que escreve tão bem (e sem preconceitos) sobre nosso país e nossa cultura.


Olá!

Através de uma parceria pontual com a autora Amanda Peralta, conhecida pelo seu pseudônimo A.M.P., tive a oportunidade de ler uma história bem leve, mas com ensinamentos importantes. Confira a resenha de Nos Bastidores da Fama: Vidas Imperfeitas, seu livro de estreia.

SKOOB - Vidas Imperfeitas conta a história do trio TOPZ, formado por Amy, Cass e Maya. Elas são super famosas e com apenas 18 anos já possuem uma legião de fãs, isso porque, alguns anos antes, elas subiram um vídeo no Youtube e desde então dividiram o ensino médio com a fama - e seus ônus e bônus. Elas moram em Hollywood e têm a vida que muitos gostariam.

Além disso, elas precisam conviver com a FirstHand, uma boyband de quatro rapazes, que são meio "rivais" da TOPZ, porque um dos integrantes viveu uma certa situação com a Amy e isso a deixou com ódio mortal dele - e por tabela, ódio mortal dos demais.

Com o passar do tempo, elas se cansam da fama porque sabem que estão perdendo momentos importantes com a família, as festas na escola, formulários de faculdade... Não à toa, quando uma delas conhece um cara anônimo, ela se agarra a essa amizade como se fosse sua tábua de salvação. Mas, o grande questionamento delas é: por que elas são famosas? Elas têm tudo: dinheiro, fama, fãs, prêmios... mas por quê? Essa dúvida me chamou a atenção durante a leitura.
P.O.V. significa Ponto de Vista. Não sabia, precisei perguntar para a Amanda, me julguem.
Recebi esse livro em parceria com a autora e, desde já, peço desculpas pela demora em postar a resenha. É uma obra voltada aos adolescentes, com linguagem fácil e grande chance de identificação com alguns dos personagens. O fim do livro deixou um gancho interessante para o próximo. Como exemplifica a foto acima, o livro é narrado em primeira pessoa, cada capítulo narrado por uma delas.

É uma leitura tranquila, que pode ser feita em um ou dois dias. Não me identifiquei com nenhuma das garotas em especial, mas me imaginei vivendo com elas e como elas, Hollywood sempre nos permite sonhar grandes momentos. Aliás, esse livro, se fosse filme, ia ser que nem aqueles filmes que se passam nas universidades. Sobre a revisão, li em e-book, mas encontrei vários erros de digitação, o que não te impede de ler, pelo contrário, por ser uma edição independente, a própria autora pode corrigir e subir novamente o arquivo em minutos.

Em conversa com a autora, ela disse não saber quando lançará o próximo volume - que é uma trilogia, inclusive - para isso, os leitores precisam conhecer e amar essa história! Então, se você puder ler, depois troque uma ideia com a autora, ela vai adorar saber seu feedback! O Facebook dela é esse aqui.

Uma obra bacana, que pode ser lida após uma ressaca literária ou para espairecer a mente. Amanda, obrigada pela confiança em mim e no blog e me apresentar a essa história tão incrível! Me deu vontade de ter 14 anos de novo...




Olá!

Apesar do atraso e dos últimos acontecidos, finalmente trago a resenha do conto Felicidade Invisível, da nossa parceira querida Lari Azevedo. É um conto curto, lindo, que aqueceu meu coração em um dia que foi, disparado, o pior da minha vida: a morte da minha avó. Deixemos a tristeza de lado por alguns minutos e confiram a resenha dessa preciosidade literária.

SKOOB - Felicidade Invisível é o conto que abre a série Crainn Chiara. E aqui temos a jovem Maeve MacCleury, descendente de irlandeses, cuja família é celta e sua principal tradição é vigiar a felicidade das pessoas - os únicos que podem, literalmente, cuidar da vida alheia, rs - e armazenar essa felicidade em pequenas bolinhas, as FELIS, que mais parecem globos de natal. A família de Maeve faz parte dos "Guardiões da Felicidade", ou Crainn Chiara, termo usado por seus ancestrais.

Um dos poderes (adorei!) da família MacCleury é a invisibilidade, mas, um certo dia, Maeve esquece de acioná-la e acaba conhecendo Henrique, um rapaz cheio de alegria, mas que esconde muita dor - que Maeve conhece, porque ela cuida da vida de Henrique - no bom sentido, claro, rs.

Henrique é engenheiro, mas gosta mesmo é de dançar, e é isso que lhe causa tanta dor, ao mesmo tempo que lhe enche de alegria. Agora, que Maeve será sua amiga, ele terá mais um motivo para sorrir - e para fugir do destino traçado por seu pai.

Ao som de Enya - adoro - Maeve e Henrique se tornarão bons amigos, ao passo que a FELIS de Maeve destinada ao rapaz, fica cada vez mais cheia, o que é ótimo para a família, que compete com outras famílias para ver quem tem mais FELIS cheias - o que nossa irlandesa detesta, inclusive.
Eu já tinha lido esse conto no Wattpad lá no início de 2016, mas relê-lo agora me trouxe muita alegria. O conto breve, porém, sincero da Lari nos mostra o verdadeiro valor da felicidade, além de mostrar o que é família, alegria, amor...

Peço desculpas à autora pela demora na leitura e resenha, mas posso garantir que estou esperando o primeiro volume da série - previsto para julho deste ano - e que seu conto foi um dos poucos livros com pegada fantástica que me prendeu a atenção do começo ao fim. Encontrei alguns erros na questão de vírgulas, mas por ser uma edição independente, a autora pode corrigir em minutos.

Como se eu disser mais qualquer coisa vira spoiler, vou deixar vocês com curiosidade e convidá-los a ler Felicidade Invisível, uma obra linda e delicada, com bastante cultura celta - que, temos que admitir, não é tão conhecida por aqui, infelizmente.




Olá!

Nada como começar mais um mês com uma notícia maravilhosa. O Resenha teve sua parceria com a Lendari renovada!! Na verdade, a renovação foi ainda no mês passado, mas só hoje consegui postar. Então agora vamos saber o que há de novo na editora manauara?

Mas antes, confira aqui as redes sociais da editora e os títulos que já foram resenhados aqui no blog.


EDITORA INDEPENDENTE DO AMAZONAS BUSCA APOIOS CULTURAIS PARA A BIENAL DO RIO
Com sete títulos de autores nacionais para levar à edição deste ano da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que acontece entre agosto e setembro, a editora amazonense Lendari abriu, esta semana, a possibilidade para que empresas possam estampar suas marcas nos miolos das obras, brindes e outros impressos em troca de apoio cultural.
A ideia do selo especializado em fantasia e ficção científica é obter mais recursos para ajudar a financiar pelo menos quatro obras inéditas, reimprimir outros títulos de sucesso já esgotados e investir nas operações de logística, como hospedagem e translado dos livros até o pavilhão Riocentro, na Barra da Tijuca, espaço que sediará a décima-oitava edição do maior evento literário do Brasil.
“Além de ajudar a lançar os novos livros, a abertura de espaço como apoio cultural é uma forma de aproximar as empresas do setor privado no circuito cultural. Em tempos de crise, esse tipo de investimento pode ser uma forma alternativa e interessante de promoção de marcas: você não exibe sua empresa, simplesmente, mas a associa com literatura e cultura”, avalia o publisher, editor e escritor Mário Bentes, criador da Lendari.
Entre os títulos de destaque para 2017, estão “O Capirotinho: uma dose de porquês antes do fim”, do ilustrador mineiro Guilherme Infante, que chega ao mercado editorial depois de fazer enorme sucesso nas redes sociais com seu personagem: um diabinho que faz reflexões pessimistas e bem-humoradas sobre diferentes aspectos da vida.
Outra obra que tem alto potencial é “Alec Dini e o Vórtice do Tempo”, do paulista Felipe Recchia Pan, que vai explorar a lacuna deixada por Harry Potter. Mas, neste caso, a série vai investir em uma fantasia baseada em mitologias pouco exploradas, como as lendas celtas do Reino Unido e da Irlanda, e os contos clássicos do Rei Artur.
A editora ainda vai lançar dois outros títulos: “O último Gargalo de Gaia: distopias, steampunk e dias finais”, antologia de ficção científica com autores de todo o país, e “O Chamado à Aventura de Criar: a jornada do herói, criação de personagens e métodos de escrita”, obra de Bentes que vai orientar novos autores. Já os livros esgotados são “A Rainha de Maio”, de Jan Santos; “Quase o fim”, de Leila Plácido; e “Minhas conversas com o diabo”, do próprio Bentes.
O editor explica que as empresas interessadas podem entrar em contato com a Lendari para saber as possibilidades de exposição de marca, valores e contrapartida. “Queremos ampliar o que conseguimos em 2016, para a Bienal de São Paulo, quando tivemos três empresas parceiras. Para 2017, são mais títulos e, portanto, mais investimentos. Queremos montar ações estratégicas em que todos saiam ganhando”, garante.

Os contatos podem ser feitos pelo site da editora (http://www.lendari.com.br/contato/), redes sociais ou pelo e-mail principal@lendari.com.br.
Mário, obrigada pela confiança em mim e no Resenha, e que 2017 seja um ano incrível para a Lendari!!

Olá!

Há algum (muito) tempo (fevereiro de 2016, segundo o Word), escrevi este texto lá no Entre Chocolates e Músicas, em um projeto que a Ani criou para ceder um espaço de seu blog para que outros blogueiros escrevessem textos opinativos (ou coisa que o valha). Achei esse texto perdido nos arquivos do meu computador e acho um desperdício não publicar aqui, já que minha opinião não mudou. Reativando a categoria de textos opinativos do Resenha, confira o que penso sobre como as fanfics sofrem com os erros de português. 
*Alterei um ou outro detalhe, para fins de atualização.*
"Porque a história não acabou até que a gente diga que acabou."
Acredito que muitos saibam, mas para quem desconhece, fanfic é um gênero literário que consiste em escrever uma história tendo como protagonista alguém famoso ou algum livro consagrado. Exemplo: existem fanfics sobre Justin Bieber (tentei ler uma e não passei de duas páginas) e sobre a saga Crepúsculo. E doa a quem doer, fanfic é gênero literário sim, assim como o romance, a distopia e a ficção científica.

Uma coisa que me irrita muito é erro de português – acredito que irrite a muita gente, aliás. Eles estão em todo lugar, mas tem em dúzias nas fanfics. Uma vez, me mandaram uma que tinha como tema os personagens Cirilo e Maria Joaquina, da novela Carrossel, do SBT. Até aí, nem sabia o que era fanfic. Sério, quase vomitei. A história era ruim (em suma, os dois eram adultos, tinham transado e o Cirilo ficou rememorando os momentos. E só). E tinha erros de português. Muitos erros.

No fim de 2015, tirei um texto do meu acervo de redações escolares, fiz algumas alterações e me inscrevi no projeto Brasil em Prosa, da Amazon. Ele ficou lá por um bom tempo. Só o tirei de lá em janeiro do ano seguinte, quando migrei para o Wattpad. No meu blog, fiz um post para os meus leitores anunciando que estava escrevendo um romance.

**Correção: o texto em questão é o conto Uma História de Amor e Árvores, ainda disponível no Wattpad. Já o Segunda Chance está na Amazon. Os dois links estão na sidebar.**

Porém, muito antes de divulgar meu texto, resolvei passear pelo site. Socorro. Logo de cara, postei meu conto e o site me sugeriu algumas fanfics. Mas, gente, o que tinha de texto escrito errado, só Aurélio na causa (#Pasqualechora). Tinha uma, sobre One Direction (percebi que histórias como ele são lidas como se fossem a Bíblia), que NA PRIMEIRA PÁGINA, praticamente tudo o que estava escrito tinha erros.
Então, o mimimi que escrevo está mais para apelo do que para mimimi. Gente, escrevam. Escrever é maravilhoso e libertador (pelo menos para mim). Mas, caso vocês não saibam como escreve determinada palavra ou como montar uma frase, PESQUISEM. Usem o dicionário e a internet, se informem. Para escrever esse texto, eu fui no site Nyah Fanfiction, acredito que um dos mais conhecidos do Brasil, para ver o nível de popularidade. Não abri uma conta (pediam informações demais e não tem a opção de usar o facebook para acessar), mas na página inicial, vi que o site fez um post explicando a diferença de consertar e concertar. E ainda convida o público para acessar uma página em que explicavam diversas questões do idioma.

E não é só isso. Muitos escrevem até bem, mas não tem conteúdo. Eu sei que não sou ninguém para julgar (nem quero), e mesmo sabendo que praticamente todas as fórmulas para um livro de sucesso foram usadas à exaustão, gostaria muito de ver uma fanfic que não tivesse tanto apelo sexual. Não sei se é regra, mas nunca vi uma fanfic que não tivesse apenas sexo (se vocês conhecerem alguma, me avisem). Quem me acompanha aqui, sabe que, quando estou lendo, prezo pela mensagem que a história me transmite. Seja lá qual for a mensagem, quero aprender algo. 

Por mais que as pessoas encontrem nas fanfics uma forma de estar mais perto de seu ídolo (uma das personagens do meu romance se chama Céline Dion- #mejulguem), gostaria de vê-los escrever algo que faça o seu leitor refletir. Não estou dizendo para não ter cenas de sexo – tem que ter, estamos no século XXI – mas gostaria de saber que existem fanfics que transmitam alguma coisa além de sexo. Sem falar que, se a história for boa, quem não garante que uma editora não se interesse (posso passar a vida citando nomes).

Sintetizo todo esse texto em: escrevam, mas com consciência, com conteúdo e com o português correto. Assim, tenha certeza de que os leitores se interessarão muito mais. 

Isso é tudo. Espero que gostem. Qualquer coisa, me chame para conversar (ou para me apresentar alguma boa fanfic), será um prazer! E Ana, volta com essa coluna, cujo nome esqueci, mas que gostava de acompanhar!


Olá!

Mais uma resenha de nacional! E esse, tem de tudo um pouco: música, informação, uma protagonista empoderada e maravilhosa e foi escrito por uma garota que tive o prazer de conhecer e amar. Confiram a resenha de Sonata em Punk Rock, da Babi Dewet.
Sonata em Punk Rock nos apresenta Valentina Gontcharov, a Tim, que está aflita porque foi aprovada para estudar na Academia Margareth Vilela, a mais prestigiada escola de música do país - e uma das melhores do mundo. E está aflita porque não tem a grana necessária para bancar as mensalidades. Ela mora com a mãe, no Rio de Janeiro e seu pai a abandonou há muitos anos. E será justamente ele que a salvará desse martírio.

Isso porque o grande músico Alexander Gontcharov era podre de rico. E ficou rico fazendo música, depositando tudo em seu sonho, deixando para trás uma pequena Valentina e sua mãe, que tinha muitos sonhos. Sendo assim, o pai resolve bancar os estudos da filha. Logo, ela iria para a Cidade da Música, a pequena (e fictícia) Vilela, no interior do estado fluminense, que existe por causa da Academia.

Mas, ao chegar lá, ela percebe que não seria fácil. Seu espírito punk rock (rebelde) não combinava com o estilo conversador e tradicional do instituto. Apesar de ter como dom o "ouvido absoluto", que consiste em ter a capacidade de identificar qualquer tom musical apenas ouvindo, assim, na raça, Tim não poderia chegar e tocar o que quisesse; teria que se adequar às normas.
E, entre um desafio e outro, eis que surge Kim. Kim Pak Vilela é só o filho da dona da escola, logo, o herdeiro de tudo. E um excelente pianista. Tim, que é super fã de k-pop, vê nele um rapaz super atraente, maravilhoso, um verdadeiro deus grego - não, pera, coreano...

Mas Kim é totalmente alheio à Academia. Ele vive em seu próprio mundo, frequentando as aulas quando quer e se sentindo o maioral (porque ele é mesmo, infelizmente). Um poço de arrogância. E será o piano que unirá um rapaz tão conservador (e cheio de segredos) e uma moça de espírito livre (que também tinha seus problemas).

Até antes da Bienal, não fazia ideia de quem era Babi Dewet. A conheci porque a Angela, do Pausa para Série e minha colega de TCC, conseguiu uma entrevista com ela, que você confere aqui. Então, como fiz como todos os escritores que ajudaram na confecção da maravilhosa Nova Millennium, comprei o Sonata em Punk Rock. E ainda dei sorte de, no dia, ela estar lá para autografar - queria dizer que ela é muito linda.
Momento devidamente registrado. Sdds Bienal.
Li sem expectativa nenhuma, mas já me vi ali no conservatório, tocando saxofone e fazendo vários covers de músicas legais. A Tim te faz ter esperança, te faz acreditar que dias melhores virão e que você consegue, basta querer e lutar. Ela é incrível, pena que o gosto musical dela é diferente do meu, mas sem problemas, é maravilhosa e empoderada, além de ter um cabelo lindamente platinado.

O livro é super gostoso de se ler, tem várias referências à cultura asiática, como doramas e k-pop, além de cada capítulo ser intitulado com uma música. E vai de David Bowie a música clássica brasileira. Babi nos dá uma aula de música através do livro, gostei bastante. Já o Kim, de início você acha um chato de marca maior, arrogante e irritante, porém, esconde vários segredos e se camufla em uma máscara, ocultando seus maiores medos e desejos.

A capa é linda, condizente com a trama e o trabalho de revisão da Gutemberg está excelente, pouquíssimos erros. O jeito é esperar o próximo livro, que a autora ainda está escrevendo. Neste vídeo abaixo ela deu umas dicas de escrita, mas também falou um pouco sobre o próximo livro - lembrando que Sonata em Punk Rock é o primeiro livro da série Cidade da Música.

Babi ganhou uma nova fã e agora estou no aguardo do próximo volume - rezando para que seja lançado ainda esse ano. E a melhor parte é que serão livros não seriados. A parte ruim é que não sei se vou saber se o Gontcharov pai vai sair impune.