Olá!

Mais uma trilogia concluída!!! Lida em tempo recorde - dois dias, partindo da premissa que fantasia raramente me prende), Não Fuja! encerra a história de Nina e Rick com chave de ouro. Amém, FML Pepper.
Resenhas anteriores: Não Pare! | Não Olhe!

SKOOB - Finalmente concluindo a leitura dessa trilogia, continuando de onde parou o segundo (portanto pode ter algum spoiler dos livros anteriores), Nina está em sua frenética busca por sua mãe, que ela acredita estar viva. Ela foi capturada pelos chefões do Grande Conselho e estão decidindo o que farão com ela - lembrando que Nina é meio humana, meio zirquiniana, portanto, uma híbrida, metade segunda dimensão (Terra), metade terceira dimensão (Zyrk).

No mesmo lugar onde ela está presa, Richard está muito machucado, tá mais pra lá do que pra cá, lembrando que ele tentou salvá-la, antes de ser capturada e apanhou bastante. Porém, Nina quer respostas, sua mente tinha grandes lacunas e, antes de ela saber da verdade, voltaremos no tempo 17 anos, quando Ismael conhece Stela, em mais uma de suas incursões à segunda dimensão.

Stela é uma receptadora (consegue sentir a presença de zirquinianos) e vai se envolver com Dale, e acaba rolando um romance, que acaba quando Stela revela estar grávida. Acontecerão algumas coisas e ela acabará ficando com Ismael, que é quem ela ama. Mas aí, por questões do momento, ela se separa dele e acaba por percorrer o mundo para se esconder (basicamente, é a premissa do primeiro livro).

Quando voltamos a Nina, ela está mais forte, decidida, madura e sabe de sua importância nas quatro dimensões. Todos estão atrás dela, mas ela quer mesmo é a sua Morte. Richard. Que ela ama com todas as forças e não quer perdê-lo de jeito nenhum. Apesar de ter apenas 17 anos humanos, já sabe o que quer e o que precisa saber para alcançar seus objetivos. E ter as respostas que tanto procura.

Faz tempo que comprei esse livro (lembro a data exata, mas isso não vem ao caso), tenho autografado e tudo, mas por ser fantasia, fui adiando, adiando... até que resolvei separar alguns livros parados para ler e finalmente senti que era a hora dele - porque, se não estou com vontade de ler tal livro, não vou ler forçada, porque aí não rende e passo a ter ódio do pobre livro. E gostei muito do que li. Não fiquei perdida como nos livros anteriores, tudo aconteceu no momento que deveria acontecer e acabou como deveria acabar, nem a mais nem a menos.
Quem já leu sabe como esse livro (e a trilogia como um todo) foi bem escrito, o mundo que a Pepper criou é original, diferente, inédito, não me lembro de ter visto nada parecido por aí. Se fosse virar filme, dificilmente seria feito no Brasil, porque não temos estrutura para tal. É o tipo de livro que, se não dizemos quem escreveu, ninguém diria que é uma obra de uma brasileira, já que não vemos tantos livros nacionais desse gênero sendo sucesso lá fora - aliás, não entendo como essa história não ganhou as prateleiras internacionais...

Nina é só uma menina, quando seu mundo vira de ponta cabeça e ela descobre que era muito mais que uma simples garota que foge com sua mãe ao menor sinal de perigo. Agora chegarão as respostas, ela vai descobrir que o esforço de sua mãe não foi em vão. Ela tem só 17, mas tem consciência de seus poderes e da repercussão de suas decisões. Está tudo na mão dela.

Sabe-se que eu não sou a maior fã de fantasia e afins, mas não tem como não aplaudir a história que ela criou. O modo como ela conduz os personagens (de nomes esquisitos, vale ressaltar) é brilhante, cada um com sua personalidade, seu jeito de agir, como se fosse um grande xadrez, com Nina e Rick como rei e rainha. A edição da Valentina está incrível, no padrão da trama, e a capa vermelha na capa do livro não está ali à toa.

Parabéns à Pepper por ter criado um universo tão incrível e desejo poder ler muito mais obras dela!



Olá!

Depois de algum tempo, volto com mais um recebido em parceria com a Oasys Cultural. O Lado Escuro da Madrugada, romance policial escrito pelo brasileiro Roberto Giacundino, apesar de suas poucas páginas, nos levam por uma eletrizante história que passeia pelo submundo do neonazismo.
SKOOB - O Lado Escuro da Madrugada nos apresenta Sandra Garcia, uma jornalista investigativa que está prestes a ser reconhecida por sua carreira, que, aliás, foi um tanto meteórica. Ela e vários outros profissionais de comunicação estão no Teatro Municipal para receber um certo prêmio. Entre os presentes estão os irmãos Evandro e Simão Jordel. Eles são publicitários e receberão um dos prêmios por sua peça publicitária, um comercial que denuncia o preconceito - lembrando que os irmãos são negros e vieram da periferia, e esse detalhe é crucial para o andamento da trama.

Porém, durante a festa, Evandro Jordel é assassinado. Ele e Sandra eram próximos, por isso a jornalista ficou abalada, mas, uma certa abotoadura encontrada por ela a faz querer mergulhar de cabeça nessa história. Isso porque a abotoadura tem uma suástica desenhada. Isso mesmo, nesse Brasil de nós todos, miscigenado até o olho do brioco, tem gente fã do Hitler.

Sandra trabalha na TVG, a maior emissora do país. Ela é conhecida por suas matérias tensas, onde não foge da raia, investiga até o fim. Durante os primeiros dias de investigação, chega um certo Fabio Guedes à redação. Ele já trabalhava na TVG, mas na parte destinada às novelas, como diretor de externas. Ele será um parceiro e tanto para nossa protagonista. Sua linha de pensamento é parecida com a dela, que enveredou pela linha do neonazismo (nazista brasileiro é uma piada pronta).

Enquanto ela investiga, certos fantasmas do passado voltam a atormentar a jornalista. Sandra também tem sua história pra contar. Uma história vencedora, mas com uma mácula. E é essa mácula não a deixa dormir. Porém, seu foco é encontrar o assassino de Evandro, e, para isso, ela vai contar com a ajuda do já citado Fabio, de um certo hacker e de Simão, o irmão que ficou. Uma história que tem vários plot twists, um romance policial brasileiro que não perde em nada para os de fora (até mesmo os meus queridos escandinavos).

Quando eu recebi o exemplar de O Lado Escuro da Madrugada, através da parceria do blog com a Oasys Cultural, admito que estranhei o tamanho do livro. Um romance policial com 270 páginas? Pra mim, que estou acostumada com os scandi-crimes, que tem, no mínimo 400 páginas (tenho aqui em casa livros de cinco suecos: Stieg Larsson, Camilla Läckberg, o casal Börjlind e Henning Mankell, e tirando a dupla Sjowäll-Wahlöö  - que, como precursores do gênero como conhecemos, escrevia pouco pensando naquelas edições de bolso, voltadas pro povão mesmo -, essa galera que citei escreve uns livros bem grandes) ver um romance com tão poucas páginas é algo um tanto inédito, mas isso não influencia em absolutamente nada na qualidade do texto.

Sandra Garcia (não tem nada a ver, mas o nome me fez lembrar de Sandra Gomide, jornalista assassinada em 2000 pelo ex-namorado) tem uma carreira que muitos jornalistas sonham: ascensão rápida, reconhecimento, muitas matérias importantes no currículo... tudo isso depois de viver uma juventude pesada numa cidade interiorana. A morte do amigo Evandro a faz suscitar muitas dúvidas, mas seu faro espetacular sabia que tinha algo errado.
O pior é que eu acertei o assassino logo nas primeiras páginas, mas duvidei de mim mesma (e só percebi isso enquanto escrevia essa resenha) e descartei minha suspeita - definitivamente, eu seria uma péssima protagonista de romance policial - mas, se você ler e passar pela mesma situação que eu, também vai fazer a mesma coisa.

Fabio Guedes, que homem! Vai aparecer ainda no início, mas vai se mostrar um parceiro e tanto para Sandra. Não deveria, porque quando leio romance policial, quero ver sangue derramado e investigações, não romance propriamente dito, mas shippo esses dois. Além de ser lindo e maravilhoso e super competente, está sempre preocupado com a Sandra, sempre pensando no bem dela, sem ser perseguidor ou chato.

O outro integrante do trio é o hacker HD Darth Verde. Um nerd de óculos fundo de garrafa, de camisa verde surrada e dificuldade de locomoção. Isso mesmo, uma jornalista se alia a um hacker para desvendar um crime de ódio - onde vocês viram isso? Alguém pensou em Millennium? (postei e saí correndo). Ele é funcionário da TVG e manja de Deep Web, aquela parte da internet que é obscura, onde pedófilos, neonazistas e a escória da humanidade se une pra fazer o que fazem de melhor: nada que se aproveite. HD será essencial na busca de Sandra pelos detalhes do grupo neonazista que estaria por trás do assassinato de Evandro.

Uma coisa que preciso dizer: nunca me senti tão identificada num livro. A história se passa em São Paulo, mas não na SP dos endereços lugar-comum, tipo Avenida Paulista, mesmo a Sandra morando próximo da Paulista, e sim pela Igreja de Santa Efigênia, Vale do Anhangabaú, Praça do Patriarca e endereços que o povão conhece - e me identifiquei porque passo por alguns deles (Anhangabaú, principalmente) todo santo dia, pois fazem parte do meu itinerário. E isso foi tão legal, tipo, visualizar a protagonista passando pelo Anhangabaú (o que é perigoso, por sinal) procurando sabe-se lá o quê. Por isso que é importante escrever histórias que se passem aqui no nosso país - mesmo tendo personagens gringos, tipo o meu filhote Segunda Chance...

Por incrível que pareça, a edição da Pandorga está boa. Em relação a outros livros da mesma editora que li, eles melhoraram bastante no quesito revisão. Eu peguei uns que a qualidade de revisão era horrível, neste, apesar de um ou outro erro, o trabalho ficou bom. A capa, em que uma moça corajosa sai correndo no meio da noite, tem total sentido à trama, uma capa muito bonita.

O Lado Escuro da Madrugada é mais um exemplo de como a literatura policial brasileira tem ótimos representantes, mas que não é tão vista assim pelo público. Foi uma grata leitura e espero que o autor continue escrevendo nesse gênero e, o mais importante, crie novas histórias com Sandra Garcia!



Olá!

Novamente fortalecendo a parceria entre mim e a Ani, do Entre Chocolates e Músicas, ela me conseguiu, através de parceria com a Arqueiro, Meus Dias Com Você, que tinha tudo pra emocionar, mas não chegou nem a encantar.
SKOOB - Escrito pela inglesa Clare Swatman, Meus Dias Com Você vai começar com Zoe Williams enviuvando. Exato, o livro já começa com ela e seu marido Ed tendo uma discussão de manhã logo cedo, aí ele sai de casa para trabalhar, sua bicicleta é atropelada por um ônibus e ele morre. Imediatamente o arrependimento bate, pois ela gostaria de ter querido dizer que o amava, pelo menos mais uma vez.

Passaram-se dois meses e ela ainda não se conformou com a perda de seu grande amor. Um certo dia, ela resolve ir até o pequeno jardim que Ed tinha no apartamento - ele amava jardinagem - e, na raiva do momento, se desequilibra, acaba escorregando e batendo a cabeça no chão. Só que, quando Zoe acorda, ela está em 1993, indo para a faculdade.

Sim, alguma coisa inexplicável acontece e ela volta no tempo, exatamente no dia em que conhece Ed. Até então, dividiriam a mesma casa na universidade e só. Ela revive esse dia exatamente como da primeira vez, mas, quando amanhece um novo dia, é outra data completamente diferente. E assim, selecionando momentos específicos, Zoe poderá se redimir e realizar seu único desejo - ou tentar mudar o destino.

Meus Dias Com Você tinha tudo para ser lindo, mas faltou algo para chegar lá. Esse livro me lembrou Uma Curva no Tempo, da Dani Atkins (faz tempo, mas falei dele aqui). Aliás, percebi que a Inglaterra está exportando muitas autoras incríveis, mas que escrevem com temática parecida - não sei dizer se é bom ou ruim. Assim como o da Dani, o livro explora o fato de a personagem vivenciar uma realidade alternativa com o objetivo de, pelo menos tentar, mudar um fato irrefutável. Mas, diferente de Dani, Clare não conseguiu transmitir a mesma emoção.
Zoe é workaholic, quer crescer na carreira, tem muitas ambições, o que é ótimo, mas ela precisava mesmo agir como uma idiota? Ed é gente boa, mas um tapado, teve momentos que eu quis entrar no livro e dar uns bons socos neles. Como casal, não me convenceu. Jane, melhor amiga de Zoe, é a melhor amiga que todo mundo deveria ter.

Ed não quer se casar, não porque não ama Zoe, mas porque teme ficar igual ao pai, que, resumindo, foi um completo idiota. E Zoe quer muito casar. E o casamento está à beira da ruína por causa desse embate, o que, sinceramente, me cansou um pouco. Mas o livro tem seus pontos positivos também, como o próprio fato de Zoe querer mudar o destino - se ela vai conseguir é outra história - mas isso mostra como ela é humana e aprendeu com as falhas.

Estou suspirando com essa capa, que mostra (até demais) a mensagem da trama. Os tons fortes de roxo, o bege e o toque de laranja não cansa a visão, o que me permite olhar até se perder, porque a capa é linda até demais. A edição da Arqueiro está impecável e esse marcador magnético é uma lindeza à parte. Não localizei erros de nenhuma ordem. Para conhecer Clare Swatman e vivenciar Londres, Meus Dias Com Você é uma ótima sugestão.
Fica aí o questionamento...



Olá!

Hoje eu trago a resenha de um livro lindo, fofo, delicado e que me fez viajar para longe... Amor & Gelato é o livro de estreia da meio americana, meio italiana Jenna Evans Welch. Vamos conhecer esse livro enquanto damos uma volta de scooter e comemos gelato?
SKOOB - Amor & Gelato conta a história da jovem Lina, que, com apenas 16 anos está enfrentando uma barra muito pesada: a perda da mãe para o câncer. Porém, antes de morrer, a renomada fotógrafa Hadley Emerson fez a filha prometer que iria para a Itália. E claro que ela não iria, o que diabos perdeu lá. Foi aí que Hadley contou que o pai de Lina vivia lá, exatamente em Florença. Depois de muito relutar (e da mãe falecer), Lina decide ir para tal cidade, para conhecer Howard, que, segundo Hadley, teria as respostas às perguntas da jovem. Howard é americano, mas mora em Florença há bastante tempo.

Chegando na casa de Howard - que ela julga ser seu pai - ela se assusta. Porque ele mora num cemitério. Isso mesmo. Ele cuida de um cemitério, mas não de um qualquer e sim de um em que estão enterrados muitos soldados americanos. Mas um cemitério é um cemitério, rs. Lá ela conhece Sonia, administradora do lugar, uma simpatia de pessoa, que vai entregar a ela um diário, que fora enviado pela mãe.

Lina não quer nem saber de diário, a dor da perda é algo que ela ainda não consegue lidar. Para tentar se habituar ao lugar, ela resolve correr pelas redondezas, e aí conhece Lorenzo Ferrara, o Ren, que mora numa casa de doces - a casa tem esse nome porque lembra uma casa de doces, rs. Sendo 50% italiano (os outros 50% são americanos), será com Ren que ela vai conhecer Florença, Howard, seu passado e até mesmo o primeiro amor.
Você disse Itália? Por mais que Florença fique na Toscana e Solarolo (terra da Laura) fique na Emilia-Romagna, não tinha como eu não incluir meu ídolo máximo neste post. E o nome da música é a data de nascimento dela. Que poder.
Me interessei pela capa de Amor & Gelato antes mesmo de saber do que se tratava. É um desenho lindo de gelatos numa capa de textura muito gostosa. Decidi então arriscar nessa leitura tão maravilhosa, delicada, sensível e muito, mais muito linda. Lina, apelido de Carolina, é muito ligada à mãe, e a perda então, é imensurável. Sua melhor amiga, Addie, é quem a traz de volta à vida, a faz se sentir bem. E Ren é o que Lina terá de mais próximo de Addie na Itália. Ele é um doce de pessoa, meio italiano, meio americano e se darão bem logo de cara.

Howard Mercer conheceu a mãe de Lina quando ambos estudavam na escola de artes de Florença, ele estudando História da Arte, ela estudando Fotografia, a contragosto dos pais, que queriam que ela voltasse aos EUA para estudar enfermagem. Ele é um cara bem legal, assim como Sonia, que precisou esclarecer que não era esposa de Howard. São dois amigos incríveis, sempre pendentes um do outro.
Minha Lucy também tem uma scooter! Não, pera...
Não direi mais nada, só sei que Jenna Evans Welch ganhou mais uma fã. A autora se inspirou numa amiga para criar a história de Lina. Essa moça realmente existiu e morou num cemitério americano em Florença (onde Jenna morou por um tempo). Sua escrita cômica sem ser forçada leva o leitor a conhecer diversos pontos da cidade que fundou a Renascença, tendo como guias turísticos Lina e Ren, tendo como base o diário que Hadley deixou.

Mas como todo livro adolescente, os jovens também têm suas próprias tretas, como Mimi, uma crush de Ren, que me deu vontade de quebrar a cara, mesmo ela sendo uma Modelo Sueca linda e maravilhosa, ou o Thomas e seu Sotaque Britânico, que está super afim de nossa mocinha. Também quis quebrar a cara dele em dado momento. Por ser um livro jovem, a escrita (além de cômica) é bem tranquila, de fácil entendimento, mas sem ser rasa, pelo contrário, tem várias mensagens bacanas permeando a obra.

A edição da Intrínseca está uma delicadeza, à altura da obra de Jenna. Não localizei erros de nenhuma ordem e já disse que amei a capa? Agora fica a expectativa que a autora escreva muito mais obras e que cheguem em nosso país. Abaixo, a Intrínseca divulgou um vídeo exclusivo em que a autora fala um pouco mais da obra.

"Eu tomei a decisão errada."