Olá!

Depois de muito relutar, finalmente terminei a trilogia da Sophie Jackson e não podia esperar outra coisa de Amor sem Medidas. Um livrão desses, bicho.

Resenhas Anteriores: Desejo Proibido | Eternamente Você (conto) | Paixão Libertadora

SKOOB - Amor sem Medidas é o último livro da trilogia de Sophie Jackson e vai contar a história de Riley Moore, que trabalha na oficina mecânica onde é sócio de Max (do livro anterior) e trabalha duro para se manter na honestidade, após passar uns meses na cadeia. Ele mora em Nova York e suas horas vagas são preenchidas com bebidas e sexo. Muito sexo.

Sua vida está nos trilhos, até que recebeu uma ligação de sua mãe, dizendo que o pai tinha sofrido um infarto. Apesar de sua relação com o pai não ser das melhores, ele pega o avião (emprestado por Carter, do primeiro livro) e volta para Traverse City, no estado americano do Michigan. A cidade lhe traz muitas lembranças, todas relacionadas a Lexie Pierce.

Lexie foi sua primeira amiga e seu primeiro amor. Eles se conheciam desde os oito anos, mas por causa de diversas brigas e muita imaturidade, acabaram por se separar. Mas parte de Riley queria muito revê-la, pois ainda não a havia esquecido. Quando os dois se encontraram pela primeira vez, eles meio que pisaram em ovos, pois as mágoas e os bons momentos do passado estavam colidindo em sua mente. Mas, ao ver um certo garotinho, seu mundo vira de ponta cabeça. Ele tinha um filho. Lexie escondeu isso dele e o deixou maluco.

Muitas coisas ainda eram confusas para Riley, como sua relação com seu pai, mas essa novidade tomaria todos os seus pensamentos. O garoto se chamava Noah e era um poço de fofura, com seus quatro anos e sua inteligência afiada. Além disso, Riley estava confuso em relação a Lexie: deveria confiar nela?

Eu já estava com saudades desse universo maravilhoso criado pela Sophie. Enquanto fiquei muito feliz quando a Arqueiro divulgou o lançamento. Esperei a Black Friday e... Devorei esse livro no dia de Natal. Sério, não tem como não amar Riley Moore. Ele é uma pessoa do bem, apesar de ter passado uma temporada na cadeia. Pensa sempre no bem de todos e se dá super bem com sua mãe e seus três irmãos (todos homens).
A escrita dela é super gostosa e, por ter conteúdo erótico, algumas pessoas podem se incomodar com isso – eu não, pelo contrário, queria ter um Riley pra mim. É muito interessante ver como o amor de Riley por Lexie vem desde a infância, me faz acreditar que, às vezes, duas pessoas nascem destinadas uma a outra e nada pode destruir isso. O tempo vai passando, os amigos viram namorados e... a imaturidade destrói tudo.

Uma série de fatores fez com que Lexie escondesse a gravidez. Mas o estopim de tudo foi a morte do pai dela, que a fez mergulhar numa forte depressão. A depressão, aliás, foi abordada meio que por cima, não é o foco do livro, mas podemos notar o que essa doença silenciosa faz com uma pessoa. Logo, a autora mostra que a depressão afeta não só a pessoa que a tem, mas todas as pessoas a seu redor.

A relação de Lex com sua família (mãe, irmã e filho) é maravilhosa, eles a reergueram da depressão e fizeram com que ela se esforçasse em melhorar e até abrir uma loja, a joalheria "Com Amor, Você", que tem um sistema de descontos bem interessante: se a cliente (sempre mulher, pelo que entendi) estava em dúvida entre dois produtos (um anel e uma pulseira, por exemplo), Lex encaminhava a pessoa até um espelho e lhe entregava um papel em branco, onde a mulher escreveria uma dedicatória a si mesma. No canto do papel, apenas uma assinatura: “com amor, você”. Se a cliente fosse sincera na mensagem escrita, ganhava 20% de desconto em um dos produtos. Uma boa forma de se autovalorizar e ainda por cima ganhar um desconto.

Então, se você procura uma trilogia já publicada contendo uma linda história, personagens incríveis, crushes literários (tem para todos os gostos, Carter segue sendo meu favorito) e boas doses de humor e sexo, a trilogia Desejo Proibido é para você. Vou sentir falta de todos os personagens, confesso.

Garanta aqui seu exemplar de Amor Sem Medidas.

Olá!

Nada como ter a chance de ler o último livro de Isabel Allende, a quem vou amar e proteger enquanto viver. Recém-lançado pela Bertrand Brasil e comprado pela metade do preço nesta Brack Friday (amém, Amazon), Muito Além do Inverno é uma história que, mesmo se passando no frio do Brooklyn, é capaz de aquecer nossos corações.
SKOOB - Mais Além do Inverno conta três histórias que se entrelaçarão em uma. E a primeira história é a de Lucía Maraz, chilena, que está em Nova York, como professora convidada na Universidade local. Ela tem seus 50 anos e mora no porão do professor Richard Bowmaster, a quem gostaria de conhecer melhor, apesar de sua fama de sovino e certinho. Tinha como bicho de estimação o chihuahua Marcelo.

Fã da rotina, a segunda história é a de Richard, que é professor na mesma universidade e, aos 62 anos, quer distância de qualquer coisa que atrapalhe sua rotina perfeita. Sem emoções, sem problemas. Ele tinha quatro gatos, que chamavam-se Um, Dois, Três e Quatro, assim mesmo, em português, porque tinha passado uma boa temporada no Brasil e falava português fluentemente, além de ter estudado sobre a política do nosso país.

Um certo dia, Três é envenenado (tomou um anticongelante perdido nas coisas de Richard) e o professor o leva ao veterinário. O Brooklyn está sob a neve e, andar assim é perigoso. Na volta do consultório (Três morreu mas passa bem), ele bate na traseira de nossa terceira personagem: Evelyn Ortega, imigrante vinda da Guatemala e entra em pânico ao ver o carro batido. Seu medo é tanto que sai em disparada, antes mesmo de ouvir que o seguro de Richard cobriria o prejuízo.

Porém, algumas horas depois (no mesmo dia), Evelyn bate à porta de Richard em busca de socorro. Mas a moça é gaga e mal fala inglês e a solução encontrada pelo professor foi chamar sua vizinha. Lucía escuta-a com atenção e os dois vão se surpreender quando Evelyn abrir o porta-malas de seu carro e mostrar um cadáver. Ela tinha medo de represálias porque pegou o carro de seu patrão (um cara que ficou rico de maneira suspeita) para ir à farmácia comprar fraldas para o garoto especial de quem cuidava.
Richard logo quis chamar a polícia, mas isso logo ficou fora de cogitação por motivos óbvios: Evelyn era ilegal. Naturalmente, Lucía e o professor já eram cúmplices do crime (de ocultação de cadáver) pelo simples fato de saberem do crime. Os três então se uniram para, além de sumir com o corpo, tentar ajudar Evelyn de algum modo, já que estava sozinha no país. E ilegal. Com um plot um tanto original, vamos percorrer às histórias de cada um, ao mesmo tempo que queremos entender o que aconteceu com o cadáver.

Percorrendo o golpe militar chileno, a militância de esquerda, imigração ilegal, política brasileira, milícias de povoados minúsculos, as perdas cruéis de cada um, Isabel nos deleita com uma história rica em detalhes, detalhes de quem viveu muitas coisas retratadas na trama, desde o amor na terceira idade até ao exílio em outro país. 

Sou suspeita para comentar qualquer coisa escrita por Isabel Allende, porque vou amá-la e protegê-la enquanto eu viver. O jeito que ela mescla fatos reais em suas histórias é algo que vejo poucos fazerem - quando que nós veríamos Maria Thereza Goulart no casamento de Richard Bowmaster? Claro que, para inserir personalidades que fizeram parte da política do país (no caso de Isabel, do país dos outros, já que a última vez que esteve no Brasil foi em 1992) em um romance, faz-se necessário muita pesquisa, e ainda não colocar opiniões que digam se você é esquerda ou direita - aliás, nunca vou saber qual o lado de Isabel, já que, para ela, Salvador era só mais um tio.

O único ponto negativo fica por conta da capa brasileira. O que diabos a Bertrand Brasil fez? A capa original é muito linda e essa nova edição, (em que a editora planeja padronizar alguns títulos já publicados da autora, através de um projeto gráfico cujo conceito ainda não entendi) não indica absolutamente nada do que a história conta. Bem que poderia ter usado a capa original, como já foi feito em outros livros da autora - será que proibiram direitos de imagem?
Foto da capa original para apreciação. Imagem: divulgação
É um livro relativamente curto, em comparação à outras bíblias que ela escreveu (dá pra ler em um dia), e uma coisa que gostei muito é que Lucía e Richard foram inspirados nela mesma e no namorado. Isabel, recentemente, assumiu namoro com um simpático advogado, depois de 27 anos de casada e mais alguns curtindo a solteirice. Lembrando que ela está na flor de seus 75 anos! Já a Evelyn é um exemplo recorrente do que sofrem os ilegais nos EUA.

Até dava pra esticar um pouco a história, mas por ela não ter se prolongado, a história acabou no momento certo. Mesmo tendo quase 300 páginas, é um livro em que a escrita ajuda a história a fluir, mesmo com partes tristes (e partes muito tristes), a leitura é gostosa e rende até uns risos. Ela insere diversos fatos reais sobre o Chile (como sempre), o Brasil, a Guatemala... Aliás, ver o Brasil bem retratado num livro estrangeiro sempre me deixa abismada. Por não ter nenhum estereótipo, achei até suspeito, rs.

Muito Além do Inverno entrou para os meus favoritos (só não desbancou O Amante Japonês por motivos óbvios - resenha aqui), Isabel como sempre no meu coração, nunca me decepcionando e não tem como não torcer pro Richard e pra Lucía, é impossível não shippar esse casal, são dois fofos! Além, claro, de abordar temas importantes, como imigração e intolerância, que vai ganhar destaque na parte final do livro, mas que está nas entrelinhas da trama.

Como ainda falta muito para 8 de janeiro, o dia em que ela começará sua nova história, vou louvar esse livro para sempre, de tão lindo que ele é. E como eu já esperava, ela não me decepcionou com Muito Além do Inverno, que recomendo a todos, até mesmo pra quem não leu nada dela e procura algo leve e tranquilo de ler. Ela é a única autora viva que não me decepciona!

Compre Muito Além do Inverno clicando aqui.

Olá!

Dessa vez, foi a Ani quem me emprestou seu exemplar de Nossa Música, e mais uma vez Dani Atkins arrebentou meu coração. Confira a resenha de sua terceira obra publicada no Brasil, como sempre, pela Editora Arqueiro.
SKOOB - Ally e Charlotte eram amigas, se conheciam há cerca de oito anos, porém, um acaso em forma de homem fez com que elas tomassem caminhos inacreditáveis. Ally conhece David numa festa, em que ela está trabalhando, substituindo um dos trompetistas da banda que tocará lá; ele é convidado. O sentimento nascerá aí, porém podemos ver que o casal não é lá essas coisas quando David nasceu em berço de ouro e Ally vem de uma família humilde.

Oito anos depois, perto do Natal, Ally e Charlie se reencontrarão num hospital quando seus maridos sofrerão graves acidentes: David infartou e Joe, ao salvar uma criança de um lago congelado, acaba ficando na água tempo demais. E seus estados são graves. Numa sala de espera, o passado começara a vir à tona, isso quando sabemos que David acabou casando com Charlotte e Ally, com Joe.

A história é contada em primeira pessoa, sob os pontos de vista de Ally e Charlotte, oscilando entre o presente (no hospital) e no passado, em momentos específicos. Apesar de ambas serem bem casadas e terem vidas tranquilas, é como se os detalhes do passado continuassem lá, só esperando uma oportunidade para aparecer.

Apesar de eu já ter sacado o plot da história, Nossa Música me fez chorar. De verdade. É um livro lindo, com toques de humor e um ou outro detalhe que pode acontecer com qualquer pessoa. Me fez lembrar de um certo livro do Nicholas Sparks, com plot parecido. Como sempre acontece, quando penso que a Dani fez um livro bem mais ou menos, ela vai e coloca fogo na história, e só resta a você devorar cada página até o final, sem parar nem pra dormir.
Jake é um menino fofo! Filho de Ally, ele é um tanto maduro para seus oito anos, porém, só pensa em como seu pai é orgulhoso (por ter salvo uma criança) mas o quer de volta, são e salvo. Max é o amigo de longa data de Ally, um estilista super talentoso que fez carreira em Nova York, mas não pensou duas vezes em voltar pra Londres quando a amiga precisou. Que homem.

David & Charlotte e Joe & Ally se completam, pois vieram de famílias parecidas e têm pensamentos parecidos. Todos são incríveis, apesar de Charlie querer pagar de durona e Ally ser meio teimosa. Mas confesso que, em dado momento, quis entrar no livro e socar o David, porque ele bem que merecia umas boas porradas. Apesar de eu entender o lado de Charlie, também quis dar na cara dela (sou #teamAlly). É uma relação um tanto complicada, em que o leitor, mesmo sem querer, vai acabar tomando um lado para si.

Aliás, ainda sobre o final, queria dizer que fiquei sem ter onde colocar minha dignidade. Isso porque o que aconteceu foi tão cruel, mas ao mesmo tempo tão lindo. Como eu disse, eu acertei o final um tanto antes de acontecer. Um ponto que preciso ressaltar são as descrições da Dani: ela o faz muito bem, falando de lugares que nunca fui (e provavelmente nunca irei) com uma clareza impressionante, que me faz visualizar tudo perfeitamente. Porém, essas mesmas descrições são demoradas e eu tenho pressa (e preguiça), porque quero que tudo aconteça logo. Enfim, um pequeno detalhe que quis comentar.

A Ana, do EC&M me emprestou seu exemplar (e alguns posts-it que ela tinha marcado caíram, desculpa e obrigada) e ainda me avisou que o livro era forte. E foi, além de ter sido uma leitura incrível e maravilhosa, tem a capa, que é bonita, mas destoa do padraozinho que a Arqueiro criou para a Dani. Condiz com a trama (o que é mais importante), mas achei um pouco diferente. Gostei. No mais, leitura recomendada pra quem quer ter o coração destroçado.




Olá!

Cumprindo o sétimo tópico do Desafio 12 Meses Literários, o escolhido para leitura e resenha deveria ser um livro não tão conhecido. E Suflê é tão desconhecido que nem eu conhecia, rs. E quando você joga no Google "livro Suflê", aparecem diversas opções... de livros de receitas. Porém é um livro muito delicado e tocante, escrito pela turca Asli E. Perker.
SKOOB - O livro conta três histórias em uma: da Ferda, que vive em Istambul e está cuidando da mãe doente (ou que se finge de). Marc mora em Paris e não sabe como vai seguir com a vida após a morte da esposa. A filipina Lilia vive em Nova York e só na velhice descobriu que foi sugada até a alma por sua família.

É um pouco complicado falar sobre o livro sem se alongar, pois três histórias em uma só praticamente não tem como esmiuçar. Pois bem, comecemos com Ferda, a turca, que sempre viveu aquilo que esperavam dela: por ser a mais velha, ficou com a (amarga) função de cuidar da família, ainda mais após a morte de seu pai, quando ainda era criança, e com as falsas dores de sua mãe. O povo turco é muito ligado à família, então a pobre Ferda ficou com esse fardo. Casou-se com o homem que amava, teve seus filhos e acreditou que, quando chegasse a velhice, poderia descansar. Que nada. A senhora Nesibe - a mãe - sofreu um acidente e acabou ficando aos cuidados da filha.

Assim como Ferda, Lilia também fez aquilo que esperavam dela: sempre colocou os outros à frente. Casou-se com Arnie, cujo relacionamento foi minando ao longo dos anos até que chegou o ponto em que a convivência ficou insuportável. O casal adotou duas crianças vietnamitas - algo em voga nos EUA à época - mas que se tornaram dois monstros. Cada dia era igual ao anterior, até que Arnie tem um derrame e vai parar no hospital. A monotonia silenciosa dele é interrompida quando Lilia, para ajudar nos custos do tratamento, resolve alugar os quatro quartos de sua casa para alunos estrangeiros de uma escola próxima.

Marc sempre viveu à sombra de sua esposa Clara. Ela fazia absolutamente tudo por ele. E ele se sentia bem assim, em sua zona de conforto. O casal vivia num bairro simpático de Paris, onde Clara era querida por toda a vizinhança. Ela vivia indo a vários mercados, sempre comprando ingredientes para testar novas receitas, que Marc comia com prazer. Mas, silenciosamente, Clara morre, deixando o marido numa dor profunda e intensa. Como a cozinha era o local favorito da esposa, o viúvo resolve fazer uma mudança drástica: remontar o ambiente e tudo que estivesse nele.
Esse é o básico de cada um dos três protagonistas. O ponto alto da história é quando sabemos como a cozinha é importante na vida de todos. Ferda cozinha desde que se conhece por gente, já que a mãe vivia "doente" e o pai morrera cedo, alguém precisava cozinhar. Marc comia absolutamente tudo o que a esposa preparava. Lilia adorava cozinhar e servir às pessoas. Mas o que eles não sabem é que, em certo momento, em três lugares totalmente diferentes, três pessoas comprarão o mesmo livro: Suflê.

A cozinha - e o livro que ensina a fazer a sobremesa mais difícil do mundo - salvarão esses três personagens da loucura. Nela, eles saberão como é se sentir dono e senhor de sua vontade e desejos, e assim, vão viver um pouquinho melhor, já que a realidade está ali, lado a lado.

Como é maravilhoso eu poder frequentar uma biblioteca! Gosto de me surpreender com obras vindas dos mais distantes lugares, então foi uma surpresa para mim poder conhecer essa maravilha made in Turquia. A autora usa o suflê (nunca comi, será que é bom?) como uma espécie de metáfora para a vida. Os protagonistas podem ser qualquer um de nós, vivendo vidas rotineiras e monótonas, caindo na mesmice, mas que em um ou outro momento pode acontecer algum milagre, ou, algum ponto sai da curva.

Infelizmente, o livro não teve o alcance que merecia. Pelo menos nunca vi pra vender em lugar algum. Por sorte, ainda podemos encontrar na Amazon. Além do pouco (pra não dizer nenhum) destaque, a editora falhou em seu trabalho de revisão. Diversos erros foram encontrados durante a leitura. Erros de revisão dos mais bobos, o que mostra como a editora precisa melhorar - e muito - se quiser continuar existindo.

No mais, sei que é difícil, mas espero que mais obras da autora cheguem no Brasil, porque ela tem uma escrita maravilhosa - sem falar que é humilde e responde os leitores nas redes sociais. Leitura mais que recomendada.

Leitura participante do:





Olá!

Desde seu lançamento que eu estava com vontade de ler essa belezinha, mas por causa de seu preço salgado, acabei adiando, até que, graças às trocas que fiz no Dia Mundial do Livro, lá no Villa-Lobos (minhas costas doem até hoje), finalmente pude conhecer Simon vs a agenda Homo Sapiens, da Becky Albertalli.
SKOOB - Como já podemos ver, Simon é o protagonista dessa história, em que ele é gay e troca e-mails com um certo Blue, até que ele é descoberto por Martin, seu colega de classe. Simon tem uma família meio doida, mas que o adora - e ele os adora também, claro - e seus amigos Leah, Nick e Abby.

Martin, ao descobrir que Simon é gay, resolveu chantageá-lo: ou Simon "agitava" Abby para Martin ou ele ia revelar o conteúdo do e-mail no Tumblr oficial da escola em que estudavam. Como Simon - obviamente - queria manter segredo, acaba cedendo à chantagem.

*Agitar é gíria para "convidar para sair" ou "ficar" (pelo menos na época que eu estudava, usava-se muito esse termo. Eu usei muito esse termo).

Porém, conforme o tempo vai passando, a troca de mensagens vai se intensificando e seu maior desejo é saber quem é Blue. Nosso protagonista ama Elliott Smith, biscoitos Oreo e morre de medo de sair do armário. Ele mora no estado americano da Geórgia, que, pelo que percebi na trama, tende para o lado Republicano (o lado do Trump, caso não tenham entendido).
Como tudo mais o que eu diga pode ser spoiler, posso afirmar que Simon vs a agenda Homo Sapiens foi uma grata leitura. Já é o terceiro ou quarto romance LGBT que leio e a Becky conseguiu, com maestria, sair dos clichês e, ainda assim, abordar diversos problemas, como bullying e homofobia - talvez o fato da autora ser psicóloga tenha ajudado.

Simon é um amor de pessoa, que conhece Leah e Nick desde sempre e, mais recentemente, Abby. E, como eles estão no Ensino Médio, os hormônios estão à flor da pele! Como estão em idade escolar, tudo é mais difícil de entender, para eles tudo é mais complicado, mas tudo é mais divertido também. O grande dilema de Simon, nesse momento, é evitar que seu segredo com Blue venha à tona, mas, ao mesmo tempo, ele quer saber quem é o tal amigo...

Desde que vi esse livro na Turnê Intrínseca do ano passado me apaixonei por ele! Essa capa, toda trabalhada no vermelho é sexy sem ser vulgar, rs. Realmente é muito bonita. As 270 páginas passam num piscar de olhos, isso porque a escrita da Becky é fluida e de fácil compreensão - totalmente voltada para os jovens. A obra é pequena em tamanho, mas grande na mensagem que transmite. Impossível não ser fã da Becky e espero que mais obras dela cheguem no Brasil.




Olá!

Meu recebido de março da Arqueiro é um livro que a editora apostou todas as suas fichas, dada a dificuldade que a autora impôs para que a obra fosse publicada; não seria qualquer casa literária que publicaria seu segundo livro, ela teria que ser convencida para tal. E nossa parceira conseguiu. Agora vem conferir a resenha de O Sol Também é Uma Estrela, de Nicola Yoon.
SKOOB - O Sol Também é Uma Estrela começa com a jovem Natasha depositando suas últimas fichas para reverter o praticamente irreversível: sua deportação. Ela e a família são oriundos da Jamaica e vivem ilegalmente nos Estados Unidos há nove anos. Ela precisa arrumar suas malas porque o embarque será em 12 horas. Entretanto, ela sai de casa em busca de uma solução para seu problema.

Daniel é um jovem que sonha em ser poeta, algo que sua família, de origem coreana, reprova. O pai quer que ele vá estudar medicina em Yale. Para a família de Daniel, ou você vira médico ou você vira uma decepção, assim como é seu irmão Charlie, suspenso das aulas em Harvard. Ele sai de casa para ir a uma entrevista, que pode carimbar sua ida para Yale.

E justamente nesse dia, que aparenta ser comum para muita gente, o Universo vai mexer seus pauzinhos e fazer com que Natasha e Daniel se conheçam numa rua movimentada de Nova York, fazendo com que suas vidas ganhem um novo sentido.

Natasha é a razão: para ela, tudo tem que ser exato, real e sucinto. Ela precisa controlar tudo, assim, saberá que está certa. O cérebro em primeiro lugar e quer estudar para ser cientista de dados, assim poderá trabalhar com fatos e argumentos. Ela não acredita em nada que não possa ver ou provar. Daniel é o coração: seus sentimentos são movidos pela poesia, é um sonhador nato, para ele é impossível viver sem sonhar.

Uma publicação compartilhada por Blog Resenha e Outras Coisas (@blogresenha) em


Apesar das apostas altíssimas da editora, para mim foi uma boa leitura. E só. Claro que, pelo fato da autora ter imposto uma certa dificuldade em aceitar qual editora publicaria este livro, a Arqueiro tem que mostrar ao mundo. E tem mesmo, o livro é lindo, mas a Natasha me irritou com seu ceticismo ao extremo. Eu também sou cética, é verdade, mas como ela, olha, nunca vi, tinha horas que eu só queria entrar no livro e socar a cara dela.

O livro é todo em terceira pessoa, mas temos vários pontos de vista: Daniel e Natasha são os principais, claro, mas também temos pontos de vista do pai de Natasha, do pai do Daniel, explicações sobre o cabelo, os olhos, entre outros temas que são abordados no livro, de acordo com o desenrolar dos fatos.

Eu deveria ter me irritado demais com o final do livro, mas, após concluir a leitura, tive que aceitar o fato de que a história acabou do jeito que deveria acabar, ou seja, acabar com o único final possível. Por mais que o jeito que Daniel e Natasha se conheceram seja um tanto improvável (se um cara me aborda do nada no meio da rua, não vou pensar coisa boa), a escrita da Nicola me fez acreditar que o Universo era legal a ponto de fazer com que duas pessoas completamente diferentes se apaixonem. Mas a Nicola foi gente boa e colocou um "extra" (é um spoiler, mas juro que vale a pena), nos deixando com o coração aquecido.
A capa da Arqueiro é igual à original americana. Aliás, essa capa é uma obra à parte. Feita à mão por uma designer australiana, essa arte, a princípio te faz admirar a imagem, mas conforme você vai lendo, vai entendendo a importância dela. É um trabalho de formiguinha, cujo final te deixa boquiaberto. Não encontrei erros de nenhuma ordem e os capítulos são tão rápidos (alguns duram meia folha) que, quando você vê, já acabou de ler - o que é ótimo, dado meu pouco tempo livre.

No mais, a história é linda sim, por mais que eu tenha dito que é "só uma boa leitura", eu gostei muito de ter conhecido a escrita da Nicola, além de saber mais sobre ela mesma. Com certeza alguém vai se inspirar (ou se identificar com) na Natasha ou no Daniel e assim, aquecer seu coração, porque é uma trama que todos os céticos deveriam ler. Aliás, quando recebi o kit com essa almofada bem confortável, o quote escrito nela me lembrou uma música da minha banda favorita, cujo clipe está logo abaixo, e, para mim, a mensagem de Marie e Per combina muito bem com esse livro.

No kit, além da almofada, veio um bottom com um quote do livro e uma cartela de tatuagens com todas as ilustrações que abrem cada capítulo do livro. Prestem atenção nelas, além da delicadeza iminente, elas têm um sentido incrível na trama. A cartela é como aquelas tatuagens de chiclete, precisa de água para grudar na pele. Mas eu não tive coragem de usar porque elas são lindas demais.

Todos os envolvidos na publicação dessa história estão de parabéns.





Olá!

O resenhado de hoje é o terceiro volume de uma série que aprendi a amar. Recebido em uma parceria pontual com a Companhia das Letras, O Jogo é um livro que te faz pensar sobre a vida e sobre aqueles que te cercam, mesmo sendo um livro escrito para jovens e com conteúdo adulto. Faltou dizer que quem o escreveu foi a best-seller (e super humilde nas redes sociais) Elle Kennedy.
Resenhas Anteriores: O Acordo | O Erro
O Jogo vai contar a história do playboy Dean Di Laurentis, cujo sobrenome abre todos as portas (e pernas) possíveis da Universidade Briar. Mas ele tem lá seus segredos, mas gosta de sua boa vida, regada a muito sexo, bebidas, festas, e claro, hóquei. Está com dois pés e meio em Harvard para estudar direito, como o resto de sua família.

Por outro lado, temos Allie Hayes, aluna de artes cênicas, mas que ainda não sabe se quer teatro ou TV, só sabe que quer ficar perto de seu pai, que tem esclerose múltipla. Ela acabou de terminar um longo relacionamento com Sean, que não era um cara tão legal assim. Ele a fez escolher entre sua carreira e ele. E Allie fez a única escolha possível nesses casos.

Dean e Allie vão se conhecer (e transar) quando ela pede para Hannah (lá do primeiro livro) ficar na república onde os rapazes do hóquei moram, por um fim de semana, temendo que seu ex fosse procurá-la - lembrando que isso não é spoiler porque está escrito na capa de trás.
Esse foi o kit super bacana que a Companhia mandou. Tinha um Nutella também, mas meus irmãos comeram antes de eu terminar de ler. É um balão em forma de coração.
Mas, surpreendendo Dean, Allie só quer sexo casual. E ele está louco para repetir a maravilhosa noite. E o mais interessante aqui é que Dean sempre deixa avisado que não quer se comprometer, só pensa em sexo e nada de namoros, nem transar com a mesma garota mais de uma vez. Mas ele quer repetir a dose com Allie. E ela não. Parece que o jogo virou, não é mesmo? E nesse jogo de gato e rato saberemos mais sobre Dean, que não parece o playboy que aparenta, além de conhecermos a colega de quarto de Hannah, além de relembrarmos fatos que ocorreram nos livros anteriores.

Elle Kennedy, que mulher! Sou fã de carteirinha dessa série, e mesmo ainda preferindo Garrett e Hannah, não tem como não amar Dean e Allie! Eles são tão legais, apesar de transarem mais vezes que os demais casais descritos até agora. Claro que todo mundo vai transar nessa bendita série, mas, olha, esse terceiro casal tá de parabéns! Definitivamente, nada de ler esse volume no ônibus (queria dizer que fiz isso e ficava meio constrangida porque as pessoas liam junto comigo e era sempre uma cena de sexo)...

Mas nem só de sexo pão vive o homem. Neste volume, alguns assuntos são abordados como depressão, o papel da mulher na sociedade... a maioria deles sempre com uma mensagem nas entrelinhas - do jeito que eu gosto - mas que, se você prestar atenção, ela está bem estampada na sua cara. 

Por incrível que pareça, Dean é mais humano que aparenta. Em certo momento, ele vai treinar um time infantil de hóquei e é aí que seu lado sentimental vai aflorar mais ainda, mostrando quem ele é de verdade, além de mostrar como ele se sente incomodado em ser podre de rico. Isso mesmo, o cara, apesar de tudo, não curte tanto a ideia de ser podre de rico, isso porque ele vê como a vida de Allie é bem diferente: perdeu a mãe ainda menina, tem somente o pai, que também está doente, não é lá tão bem de vida assim... Enfim, Dean vai tomar um choque de realidade.
Como eu disse lá no começo, a Companhia fechou uma parceria pontual com o blog para leitura dessa obra - ler e não necessariamente resenhar. A editora tá de brincadeira comigo, só pode! Até parece que eu não ia resenhar essa beleza, ainda mais sabendo que eu li e resenhei (e amei) os anteriores. Vi na internet a capa do último livro "A Conquista", mas só isso mesmo, sem data de lançamento nem nada. Se alguém souber, me avise!

Tenho que admitir que essa capa não é das mais bonitas. Até quando vão precisar colocar rostos nas capas? Gente, não é nada bonito! A parte gráfica é bacana, mas os rostos não! Tirando esse porém, a parte de revisão e diagramação está impecável, com o padrão para os livros da Elle - inclusive com as aspas substituindo os travessões, mas já estou calejada, então nem ligo mais. Cada capítulo tem os pontos de vista de Dean e Allie, sempre narrados em primeira pessoa.

Aliás, preciso ressaltar que recebi esse livro numa sexta e o terminei de ler no dia seguinte, de tanta expectativa que eu estava - e que foram cumpridas, amém! Portanto, recomendo sim a leitura tanto desse como de toda a série, mas tem que ler na ordem, senão vem a enxurrada de spoilers! Falando em spoiler, os últimos parágrafos desse livro dão O spoiler do próximo.



Olá!

Pela primeira vez, tive a oportunidade de ler algo de Patrick Modiano, prêmio Nobel de Literatura 2014. Apesar do título comprido, Para Você Não se Perder no Bairro é um livro super curto, que pode ser devorado em horas. Vem comigo conferir do que se trata esse romance.
Para Você Não se Perder no Bairro nos apresenta o escritor parisiense Jean Daragane, que está na solidão de sua casa, quando recebe uma ligação. Do outro lado da linha, um desconhecido afirma ter encontrado a caderneta de endereços de Jean. O homem insiste em querer devolvê-la pessoalmente ao autor, mas ele reluta muito antes de aceitar.

Quando finalmente se encontraram, Jean percebe que são duas as pessoas que encontraram a caderneta - um casal. Mas, o encontro tinha segundas intenções, pois o rapaz queria que Jean desse o paradeiro de um certo Guy Torstel. Mas Jean, já velho, não tem a menor ideia de quem diabos é esse Guy. Depois de muito puxar na memória, Jean se lembra que esse Guy Torstel foi citado em seu primeiro livro. 

E esse Guy Torstel também consta na bendita caderneta de endereços, mas, a caderneta é tão antiga que o número do Guy têm sete dígitos e na França atual, os números de telefone têm dez dígitos. Depois de muito procurar, Jean descobre que o senhor Torstel era amigo de um certo Jacques Perrín... e de sua mãe. E depois surge um novo nome: Annie Astrand. 
Indo a fundo em suas investigações, ele vai parar numa casa na cidadezinha de Saint-Leu-la-Fôret. Puxando demais na memória, ele se recorda que passou certos momentos de sua infância nessa casa. E nessa casa, ele se lembrou que Annie Astrand, Guy Torstel, Jacques Perrín e sua mãe a frequentaram também. Enquanto isso, ele quer distância das pessoas que encontraram sua caderneta.

Como eu disse lá em cima, o livro é super curto, tem só 144 páginas, mas é muito bem escrito, oscilando entre um Jean criança e um Jean velho, com suas preocupações e um final um tanto improvável. Por ser a primeira obra que leio do francês, até que as impressões foram boas, apesar de ter dormido duas vezes enquanto lia, a atenção durante a leitura é máxima, pois a passagem de tempo é sutil. 

O título do livro é bem condizente com a obra, mas o motivo só é relevado nas páginas derradeiras. Leitura recomendada para pessoas mais velhas, jovens como eu podem se enfadar com as passagens de tempo e os devaneios do Daragane. Percorrendo a escrita do autor, ele mereceu demais o Nobel. Pretendo ler mais de Modiano, para entender melhor sua maneira de escrever. E parabéns à Rocco pela capa super bacana, com um mapa de Paris.



Olá!

Mais uma resenha de livro do James Patterson aqui no blog! Mas, diferente dos livros que li dele, esse é um romance. Eu sabia que ele escreve de tudo, mas é a primeira vez que leio algo dele que não seja policial/thriller. Estou apaixonada por O Diário de Suzana para Nicolas.
O Diário de Suzana para Nicolas começa com a editora literária Katie Wilkinson sofrendo porque seu namorado, o poeta Matt Harrison terminou o relacionamento que tinham há cerca de um ano. Antes de sumir no mundo, Matt deixou um embrulho para Katie e, quando ela o abriu, se surpreendeu: era um diário. O conteúdo do diário foi escrito por Suzana, esposa de Matt. Isso mesmo, Matt era casado. E tinha um filho, o Nicolas. Junto do diário, uma mensagem do poeta, que poderia ser resumida como: “é cruel, porém real” (minha interpretação).

No diário, Suzana vai contando desde quando foi embora da cidade grande após passar mal, até quando conheceu Matt e os pormenores de sua vida de casada. Entre uma leitura e outra, Katie vai sofrendo, pois as palavras de Suzana machucam. Mas são palavras reais, que, conforme você vai lendo, vai se emocionando.

Bem, eu sou suspeita para falar de James Patterson. Ele me conquistou com seus livros da série Alex Cross (policiais/thrillers/suspenses) e em parceria com outros autores. Ele escreveu incontáveis livros sobre os mais diversos temas, mas essa é a primeira vez que eu tinha lido um de seus romances.

Outras obras: Os Assassinos do Cartão-Postal (c/ Liza Marklund) | Zoo (c/ Michael Ledwidge)
E estou apaixonada. Esse livro é lindo, chega no coração. Ao mesmo tempo que você vai sofrendo com Katie, querendo consolá-la, você também quer estar com Suzana, porque ela também precisa de ajuda. Quando você pensa que Matt é um babaca, a situação vai se revelando e você, no final, só quer ajudar a todos.

Em 2005, essa linda história virou filme, com a Christina Applegate no elenco. Não sei se pretendo ver, pois o final é forte demais. Arriscarei. Mas, enquanto isso, apenas elogios para a edição da Arqueiro. Não localizei erros de nenhuma ordem e a capa dá uma ideia de como é a ilha de Martha’s Vineyard (gostei do nome), que é onde a história de Suzana se passa.

A capa da Arqueiro é linda e os capítulos são curtos, sob os pontos de vista de Suzana, Katie e Matt. Recomendado pra quem ama aquele romance contendo dor e sofrimento, mas que no fim, tudo fica bem - ou para sair da zona de conforto do James Patterson.


Olá!

Finalmente li algo da Darskide! Apesar de não ter sido uma excelente leitura, valeu a experiência, pois foi mais uma oportunidade de sair da zona de conforto. Então vem comigo conferir a resenha de Em Algum Lugar nas Estrelas, de Clare Vanderpool. Livro bonito, bem fotográfico, rs.
Em Algum Lugar nas Estrelas começa com Jack Baker chegando no estado americano do Maine, na cidade de Cape Fealty e no internato Morton Hill, exclusiva para garotos. Ele era do Kansas e foi obrigado a mudar de estado depois que sua mãe falecera e seu pai, um militar, não tinha com quem deixar o menino. A trama se passa em 1945.

Foi bem recebido pelos alunos do internato. Mas, um estudante em especial lhe chamou a atenção. Early Auden. Early participava de vez em quando das aulas de matemática. E só. E foi em uma aula de matemática que Jack conheceu um pouco sobre o tal aluno. Durante uma explicação sobre o pi (3,14), o professor conta que um certo estudioso estava para provar que, por um certo motivo, o pi teria fim. Auden se revoltou e discutiu com o professor. Para a surpresa de Jack, Early simplesmente se retirou da sala após a discussão.

Auden morava em uma oficina, não tinha pais e participava das aulas só quando queria. E ele raramente queria. Entre uma regata de barcos e outra - em que Jack se sai muito mal, por sinal - eles acabam virando colegas. Só que Early também tem uma história. Seu irmão era uma lenda na escola, mas morreu durante a guerra - segundo a escola, claro, já que Early não acreditava nessa história.
Até que, um certo dia, aproveitando as férias, Early Auden resolve ir atrás do irmão e do Grande Urso Apalache. Só que o irmão estava morto e não existem ursos no Maine. Nem ursos nem cobras. Early convida Jack; ele reluta, mas acaba aceitando. Eles seguiriam pela famosa Trilha Apalache, que poucas pessoas conseguiram atravessá-la por completo. E iriam de barco. Justamente o barco que o irmão venceu diversas regatas no colégio.

Desde que se conheceram, Early conta a Jack a História de Pi, que, em suma, é uma história em que Pi é um garoto que precisa encontrar seu nome, enquanto passa por várias adversidades. E, enquanto Early procura o irmão, Jack precisa se redescobrir, principalmente porque se sente confuso com várias coisas desde a morte da mãe. O que será que acontecerá com essa dupla?

Fantasia não é lá meu gênero favorito, mas, às vezes arrisco uma leitura. Esse livro eu comprei no kit Turista Literário (falei dele aqui). Lembro que, no kit, tinha um panfleto com a sinopse da história, mas não tinha nada a ver com o que li. Enquanto lia a trama criada por Clare, só um nome me veio à mente: Neil Gaiman. Quem gosta do Neil, vai amar essa história.
Foco nesse quote!
Não gosto muito de fantasia porque, dependendo do mundo criado pelo/a autor/a, a história pode ficar maçante, modorrenta, sonolenta... enfim, começo lendo sobre um novo mundo qualquer e depois tenho que reler tudo, porque, do nada, comecei a pensar, sei lá, na morte da bezerra... E foi o que aconteceu com essa trama. Começou bem, mas aí, a partir de um certo ponto, em que as histórias começam a se confundir (ou será que eu me confundi?), comecei a me irritar, então fui postergando a leitura.

Depois que eu terminei a leitura - na raça - li a nota da autora - mais legal que o livro, inclusive - e ela lançou uns questionamentos interessantes sobre Early. Eu não reparei nesse detalhe durante a leitura, e olha que ele deu várias dicas, como o fato de ouvir Billie Holiday nos dias de chuva - e somente nesses dias - e separar um pote de balas que ele possuía ora por cores, ora enfileirados em grupos de dez. Acho que vocês tiveram uma ideia agora...
Detalhes no início de cada capítulo e na capa. Maravilhoso!
No mais, primeira obra da Darkside que leio e a edição está impecável. Só localizei um errinho e as ilustrações são incríveis. Cada início de capítulo tem um desenho de uma constelação e o marcador de fita em um tom bem claro de rosa dá todo um charme e um contraste interessante na capa azul. Aliás, todos os livros da editora da caveira possuem marcador de fita? Respondam quem souber... As folhas são um tanto grossas, o que permite uma textura maravilhosa e uma vontade imensa de ficar tocando as páginas, rs.

Eu não curti tanto assim a leitura, mas se você curte uma boa fantasia e/ou Neil Gaiman, então esse livro é para você! Darkside ganhou uma fã, pelo trabalho incrível com as obras - e por todas serem em capa dura. Que ela não tenha o mesmo destino da Cosac Naify.
Baleiro anti-stress do Early. As balas eu comi, rs

Olá!

Pela primeira vez estou participando de um desafio literário! Mais adiante falarei dele, mas, pra quem quiser acompanhar e/ou participar, só clicar na imagem "Eu Participo #2", na sidebar do blog. Conforme vou cumprindo os desafios, vou atualizando. Agora, sobre o livro, é uma leitura que me pegou de surpresa - essa é uma vantagem de ler algo sem expectativas. Confira a resenha de Entre o Agora e o Nunca, de J.A. Redmerski.
Entre o Agora e o Nunca nos apresenta Camryn Bennett (ou apenas Cam), pensando em sua vida: o primeiro namorado morreu, o segundo a traiu, o irmão está preso e a mãe tá com um cara diferente praticamente todo dia. A única coisa boa em sua vida, até aquele momento, era sua melhor amiga Natalie. Mas, depois de uma briga com Nat, Cam faz uma mala com o que julga essencial e vai embora de casa.

Ela (que tem 20 anos, vale ressaltar), está de saco cheio da vida que leva. Além de tudo o que lhe aconteceu, Cam tem um emprego ruim, que ela odeia. Seu sonho mesmo é viajar, sem direção. Por isso que, quando está na rodoviária, ela escolhe como destino o primeiro lugar que lhe veio à mente: Idaho - a terra das batatas.

No ônibus, ela conhece Andrew Parrish, de 25 anos, que está indo para Wyoming (que é um estado, não cidade, morria sem saber) visitar o pai, que está para morrer, devido um tumor no cérebro. E a música alta mais um certo tarado unirão esses dois tão diferentes, mas com tantas coisas em comum.

Primeira obra que leio de Jessica Ann e admito que gostei. Eu consegui esse livro através de uma troca no Facebook. Nem sabia que ele existia, então, foi uma grata surpresa a leitura. Escolhi esse livro em virtude do "Desafio 12 Meses Literários", criado pela Ani, do EC&M e pela Karine, do Books and Carpe Diem, cujo primeiro desafio foi escolher um livro de seu gênero favorito.
E claro que romance é meu gênero favorito por excelência! Andrew é um cara diferente dos mocinhos que temos por aí. Ele é bonito e forte, mas tão humilde que chega a irritar. Ele aparece na vida de Cam justamente quando ela decidiu que não quer mais se apaixonar, depois de duas decepções amorosas - seguidas. Eles saem de pontos diferentes do país, mas vão se encontrar dentro de um ônibus, o que, cá entre nós, é meio difícil de acontecer - ou você mulher sai conversando com um desconhecido quando está num ônibus, principalmente se for interestadual?

Tem partes eróticas, claro, mas são tão bem escritas que você nem percebe. Nada apelativo, apenas detalhista. Se não gostar, só pular, não atrapalha muito a compreensão da obra. Mas é bom ler sim, nem dói e nem ofende, rs.

Já Cam é muito pudica, muito discreta. Não fala palavrão, quase não bebe, arruma seu quarto impecavelmente... enfim, ela faz o que as pessoas esperam dela. Mas não é o que ela quer. Ela não está feliz, pelo contrário, sente que falta algo na sua vida, como se fosse um quebra-cabeça que falta a peça mais importante.

Acho que muitos de nós se identificariam com a Cam. Pelo menos eu me identifiquei. Sempre tive vontade de viajar sozinha, mas o mais perto disso foi um bate-e-volta no Rio com meus avós a tiracolo. Sabe, pegar uma mochila, documentos, pouca roupa e todo o dinheiro do banco e viajar, conhecer novas pessoas, novos lugares... Mas não dá, eu tenho um trabalho a zelar (ainda mais agora, com 12 milhões de desempregados), um diploma para buscar, contas a pagar e com a carteira vazia não dá pra eu ir até Guarulhos, quanto mais Estocolmo hahaha
Juro que não fui eu que risquei!
Falando sério, a história de Cam te dá vontade de sair, viajar, refletir sobre a vida... Claro que ela tem uma vida confortável, o que já ajuda e muito em seu percurso. E Andrew, que tem um destino, mas se preocupa com Cam, fazendo com ele alterasse parte de sua viagem. Mas ele também tem seus segredos - tão graves quanto os de Cam, mas ele guarda para si, pois ele não quer perder nenhum dos momentos que terá com ela.

Aliás, essa viagem foi muito libertadora para Cam. Ela fez coisas que jamais imaginou que faria - desde falar palavrão até subir num palco e cantar uma música. Andrew a mudou - para o bem - que nenhuma outra pessoa jamais tentou. E a mesma coisa com ele também. Ou seja, a viagem mudou ambos. A história é contada em primeira pessoa, sob os olhares - intercalados - de Andrew e Cam.

A capa é muito bonita, condizente com a trama, não achei erros de nenhuma ordem e a trança da foto é linda - como a moça está de perfil e sua trança é quem está em primeiro plano, não me incomodei com o rosto. Prometi a mim mesma que não compraria tantos livros, como fiz em 2016, mas agora me sinto na obrigação de ter a continuação, "Entre o Agora e o Sempre" - espero ainda achar para vender, rs.

Bem, esse foi minha primeira leitura do Desafio 12 Meses Literários e gostei muito tanto do projeto como do livro em si. E já quero o próximo desafio!! Ah, e a leitura é mais que recomendada.

Postagem participante do:












Olá!

Mais uma sexta novinha em folha e nada como começá-la com uma resenha de um livro maravilhoso. Esse quem me deu foi a Ani, do Entre Chocolates e Músicas, que me cedeu gentilmente para resenha no fim do ano passado. Lembro que ela me deu numa sexta e, no sábado, já tinha devorado a obra, de tão linda que é. E o mais impressionante: é uma história real. Confiram a resenha de Cartas de Amor em Paris, publicado pela Universo dos Livros.
Cartas de Amor em Paris é o relato autobiográfico da norte-americana Samantha Vérant. Em 1989, aos 19 anos, durante uma viagem pela Europa com sua amiga Tracey, ela conhece o jovem Jean-Luc, em um belo restaurante de Paris. Jean-Luc estava acompanhado do amigo Patrick. Os quatro formaram um belo grupo, e resolvem passear pela Cidade-Luz mas, em dado momento do passeio, os casais se separam e Sam e Jean-Luc vivem momentos incríveis. Mas, como nem tudo são flores, ela precisa seguir viagem, deixando o jovem em Paris, mas levando consigo sensações únicas.

20 anos depois, Samantha vê seu casamento ruir. Seu fiel escudeiro é seu cachorro Ike. Além disso, ela perdeu seu emprego de diretora de arte. Pra você ver que não tá fácil, ela tá endividada até a alma. E desempregada. Tracey lembra de Jean-Luc, como uma forma de dar alguma alegria para a amiga. E ela se lembra de sete cartas que o francês escreveu para ela ainda em 89. A amiga dá a ideia para Sam criar um "blog do amor", onde as pessoas mandariam suas cartas de amor e, se fossem tão boas quanto as de Jean-Luc, elas seriam publicadas. Mas Samantha teve uma ideia melhor. Resolveu responder as cartas de Jean-Luc. 20 anos depois. Sim, ela não respondeu as cartas do cara.

Ela postou na internet alguns trechos de algumas das cartas. Nesse meio tempo, criou coragem e, após pesquisa no Google, encontrou o email de Jean-Luc. Enviou uma mensagem, em que pedia desculpas. E qual foi a surpresa quando, além dele ter respondido, ele ter respondido positivamente! Primeiro, foi a troca de emails, depois, vieram as ligações, onde eles falavam sobre tudo: desde o casamento ruim de Sam, em que chegou ao ponto de ela e seu marido dormirem em quartos separados até o divórcio de Jean-Luc, passando pela falência iminente dela e da ciência de foguetes dele.

Por incrível (e ficcional) que possa parecer, mesmo depois de duas décadas, Jean-Luc não tinha conseguido esquecê-la. E ela também não o esqueceu. Incrível. Ele, então, convida Sam para passar dez dias em Paris - ela mora na Califórnia. E ela foi, mesmo estando quase falida (ele pagou a passagem com milhas acumuladas). E quando se encontraram, nem parecia que tinha passado duas décadas, já que a chama da paixão ficou acesa todo esse tempo - e pegou fogo de vez quando chegaram ao hotel.
Estou apaixonada por esse livro! Além de ser super romântico, ainda é engraçado! Durante vários momentos, me peguei gargalhando cada vez que Samantha pagava algum mico, principalmente quando ia falar algo em francês - em uma das passagens, ela queria pedir um canudo (une paille) mas acabou pedindo sexo oral (une pipe). Mas, mesmo com essas situações engraçadas/bizarras/constrangedoras, Jean-Luc mostra-se um completo cavalheiro, um príncipe encantado.

Romance sempre será meu gênero favorito por excelência, mas adoro um relato autobiográfico. E se for um livro que junte as duas coisas, a chance de eu amar é enorme! Não conhecia esse livro, pesquisei por ele no site da Universo dos Livros e resolvi pedir apenas lendo a sinopse. E não me arrependo! A edição está impecável e a capa está bem bonita, mesmo tendo rostos, que é algo que não curto em capas. Só achei dois errinhos, que me deixaram confusa, mas relendo, deu pra entender perfeitamente.

Apesar de eu não acreditar que possam existir homens maravilhosos e perfeitos como Jean-Luc, o livro de Samantha é uma ode ao amor verdadeiro. É como se ele dissesse "ei, apesar de tudo, é possível sim ser feliz!". E olha que a moça sofreu, tanto com o pai biológico (um lixo de pessoa) como com o ex-marido (um idiota), mas com Jean-Luc, tudo é diferente, bonito e legal.

Pesquisando no site da autora, vi que em abril de 2017, ela vai lançar seu segundo livro "How to Make a French Family: a memoir of love, food and faux pas" (Como fazer uma família francesa: uma memória de amor, comida e gafes, em tradução livre). em que ela vai contar seu dia a dia na casa nova, no sudoeste da França, com seu marido e os dois filhos adolescentes dele (de um relacionamento anterior). Só espero duas coisas: 1) que ela tenha conseguido ter seu filho (o que acho difícil, já que ela reencontrou Jean-Luc beirando os 40) e 2) que a Universo dos Livros traga esse livro para o Brasil.

Essa é a leitura mais que adequada para curar uma ressaca literária. Uma história real, romântica e engraçada também. Daria um ótimo filme pra Sessão da Tarde (de preferência com Jennifer Aniston). Agora só me resta entender o que leva uma pessoa a ignorar cartas de amor. Por 20 anos. E como consegue aplacar a saudade todo esse tempo...

P.S.: as cartas são divulgadas ao longo da trama. E é uma mais linda que a outra.