Olá!

Depois de uma leitura densa e cheia de sangue, nada como uma leitura leve, rápida, que nos faz rir e ainda por cima dá para ler num dia só. Estou falando de Holy Cow - Uma Fábula Animal, de David Duchovny (trabalhou no Arquivo X).
SKOOB - Holy Cow conta a história da vaca Elsie Bovary (há boatos de que não é parente da Madame), que deve ter algum problema de déficit de atenção, porque ela já começa o livro nos bombardeando com divagações. Mas até aí tudo bem, ela é uma vaca. Elsie mora numa fazenda e tem sua melhor amiga, a Mallory, que está caidinha por um dos touro magya do lugar.

Até que, um certo dia, o filho mais velho do fazendeiro, que consegue ordenhar uma vaca e enviar mensagens no celular, deixa o portão aberto e Elsie e Mallory acabam saindo de seu cercado. Por uma questão do momento, Elsie acaba brechando a janela da casa da família e vê todos quietos diante do Deus Caixa. O Deus Caixa está mostrando uma coisa cruel a respeito de diversos animais, entre eles, as vacas.

Desesperada, Elsie bola um plano para fugir de lá e ir para a Índia, porque, segundo o Deus Caixa, as vacas são sagradas na Índia. Mas, no meio do caminho, ela encontra Shalom, um porco convertido ao judaísmo (isso mesmo) e Tom, um pavão muito magro que tem um celular, que é tudo que Elsie precisava para continuar seu plano.

Assim como Elsie quer ir para a Índia, Shalom quer ir para Israel e Tom, para a Turquia. E eles viverão altas aventuras, cheias de diversão, para chegarem a seus destinos e fugirem de seus destinos óbvios.
Quando vi esse livro pela primeira vez, achei que era um livro engraçado e só. Mas não, não contente em ser engraçado, Holy Cow mostra que, até mesmo uma simples ação pode dar um ponto final em conflitos antigos. Conflitos do tipo Israel-Palestina, quero dizer. Elsie é uma vaca autêntica, divaga mesmo e fala na cara o que pensa, mesmo sua editora não gostando muito disso.

No livro, além dos personagens engraçados, tem umas ilustrações bem bacanas, feitas pela Natalya Balnova. David colocou diversas sacadas ao longo da histórias, mas eu não saquei muitas porque ou não gosto de rock ou simplesmente não nasci na época citada, mas tudo bem, nada que você não possa pesquisar rapidamente. Esse livro foi escrito para crianças, porém, com tanta referência à cultura pop (muitas vezes a pedido da editora de Elsie), não tem como os adultos não gostarem. Enfim, é um livro para todos.



Olá!

Pense no livro mais engraçado que você já leu. Esse mesmo, esse título que te arrancou gargalhadas em todos os lugares que você o leu. Pode ter certeza que o francês Gilles Legardinier superou o/a autor/a da obra em que você pensou. Um dos lançamentos de abril da Arqueiro me fez ter altas crises de riso. Confira a resenha de Amanhã Eu Paro!
SKOOB - Este livro não é sobre gatos, porém vai contar a história da jovem Julie Tournelle, que mora em uma cidadezinha (não citada) no interior da França. Ela está na festa de divórcio de um amigo, quando um homem a aborda perguntando qual foi a coisa mais idiota que ela já fizera na vida. Então, ela se abre para o leitor (e para quem lhe fez a pergunta) e conta sua maior (e mais louca) aventura.

Julie tem um emprego chato num banco e separou-se recentemente de um namorado abusivo. Porém, um novo morador chega em seu prédio. Um homem cujo rosto ela não conhece, mas seu nome torna-se um mantra em seus lábios. Ricardo Patatras. Isso mesmo, Patatras é o sobrenome do cara, e é justamente nisso - o sobrenome incomum - que ela vai reparar.

Por causa de sua imensa curiosidade, ela chegará ao ponto de prender a mão na caixa de correio do vizinho sem rosto e é bem nesse dia que se conhecem. Ricardo diz trabalhar com informática, e a atração de nossa mocinha atrapalhada é imediata. Ela não faz outra coisa senão pensar no cara. Vai pintar altos climas, mas ela tem medo de se apaixonar e o cara ser, sei lá, um doido assassino.
Diferente de muita coisa que já li, Amanhã, Eu Paro! é um livro super gostoso e engraçado de se ler. Em meia hora de leitura, já tinha dado umas três gargalhadas, daquelas bem gostosas. A sinopse diz que "Julie tem o irritante hábito de fazer as maiores loucuras quando está apaixonada". Mas sabe que, em nenhum momento fiquei irritada com ela? Pelo contrário, cada vez que ela vai narrando um acontecimento seja com Ric, seja na vizinhança, a vontade que me dava era de entrar na história e viver essa aventura com ela - menos namorar o Ric, dispenso.

A redondeza que Julie vive é muito bacana: tem o Mohamed, do hortifruti (é o terceiro Mohamed que é dono da loja, mas só o primeiro realmente tinha esse nome), a sra. Bergerot, da padaria, que todo mundo queria ter como avó, o Xavier, que mora no prédio vizinho e, por não ter entrado no exército, acabou por construir um super carrão bólido, a Géraldine, colega de banco da Julie, que é muito doida... Enfim, gente bacana que dá todo um charme à história.
Tá vendo o gatíneo passeando ali na página? Então, ele faz parte de um flipbook :)
Ricardo Patatras é um poço de mistério, a começar pelo sobrenome, que claramente não é francês. Ele diz trabalhar com informática, mas tem umas informações muito exclusivas sobre a casa de uma certa família Debreuil, que tem uns segredos meio polêmicos... Não sabemos o que esperar dele, mas queremos (e torcemos) para que ele seja um cara super do bem e não faça nossa Julie sofrer.

A edição da Arqueiro está uma lindeza, a capa é a mesma da edição original, em que se ressalta que não é um livro sobre gatos, porém, quando solicitei o livro à editora, foi justamente o bendito gato que me chamou a atenção, ainda mais por ele usar um gorro peruano super conceitual, que é feio pra burro, mas agora eu quero um. Achei uns dois errinhos, graves, porém que não alteram a beleza e o humor da leitura.

Eu, infelizmente, não falo francês (aprendi algumas coisas, mas não são suficientes para que eu inicie uma leitura), então fica o apelo para que a Arqueiro publique mais obras dele, porque o cara é muito bom! Não são todos os homens que escrevem uma personagem feminina - em primeira pessoa - sem soar piegas ou artificial. Gilles e a Arqueiro estão de parabéns.

E agora eu quero um gato e um gorro peruano. Ou um gato usando gorro peruano.