Olá!

Através da Ani, que tem parceria com a Arqueiro, ela me cedeu um exemplar de A Pérola que Rompeu a Concha, livro de estreia da afegã-americana Nadia Hashimi. Resenha originalmente postada no EC&M.
SKOOB - A Pérola que Rompeu a Concha na verdade são duas histórias em uma. A primeira é da Rahima. Ela mora numa aldeia no Interior do Afeganistão com seus pais e quatro irmãs. E nenhum irmão. E todos sabemos que na cultura afegã (no islã como um todo) o nascimento de um menino é muito comemorado, enquanto o da menina não. Então apenas imaginem como devia ser a vida de Madar-jan (a mãe) e suas filhas.

Até que, um certo dia, por questões do momento, Rahima escolhe ser uma bacha posh, ou seja, passaria a se vestir como um menino. Como tinha pouco mais de nove anos, estava dentro da idade. O pai de Rahima era um viciado em ópio e agia como um afegão comum (aquele que estamos acostumados a ver): maltratava toda a família. Como um bacha posh, Rahima podia sair às ruas sozinha e fazer alguns mandados para a mãe.

Como ela – enquanto menina – e as irmãs estavam proibidas de ir à escola, todas se juntavam para ouvir as histórias de Khala Shaima, tia delas, irmã de sua mãe e com um grave defeito em sua coluna, o que fez com que ela jamais conseguisse se casar. E Khala Shaima tinha uma incrível história para contar, a de Shekiba, a trisavó de Rahima.

Na segunda história, há muitos anos, Shekiba vivia numa aldeia no interior do país. Ela tinha vários irmãos e irmãs e era muito amada pela toda a família. Até que sofreu um acidente e ficou com cicatrizes em metade de seu rosto. A partir daí sua vida virou um inferno, piorado com a epidemia de cólera que assolou o país nos anos 1910 e matou praticamente toda a família, sobrando ela e o pai, que morreria depois, de tristeza.
Com a morte do pai, ela passou a viver na casa da avó paterna – lembrando que, quando uma afegã se casa ou perde a família, ela sempre vai viver na família paterna – onde trabalhava muito e sofria mais ainda. Até que, como parte de pagamento de uma dívida do tio, ela foi parar no reino, para ser guarda do harém do rei. O que não seria uma tarefa difícil, tendo em vista que precisaria se vestir como um homem.

Apesar das cinco gerações que as separavam, Rahima e Shekiba tinham muito em comum, muito mais que poderiam imaginar. E saber da existência dessa trisavó deu uma nova esperança para Rahima, ainda mais depois que se casou de modo arranjado, tendo a mesma carga – ou mais – de sofrimentos.

Bem, primeiro que não consigo enxergar os povos muçulmanos com bons olhos – tenho respeito, mas quero distância deles, cada um no seu quadrado – então, por causa do meu preconceito, sempre evito obras que abordem muçulmanos. Não tem como não se indignar com as arbitrariedades que fazem com as mulheres, e o que é pior, usam deus como plano de fundo – nada dele, tudo para e por ele.

Sim, eu li O Caçador de Pipas (final decepcionante) e A Cidade do Sol (tenho medo do Rashid até hoje) mas essas obras em nada chegam perto da preciosidade da obra de Nádia. O jeito ir ela escreve e a história que ela conta são de uma riqueza única, me fazendo imaginar como era o país antes da corrupção, Talibã e outras coisas envenenarem o povo. Apesar da autora ter nascido nos EUA, nem parece que é ocidental, tamanha a precisão com que narra os acontecimentos. Consigo me ver nas ruas da aldeia, sofrendo com cada uma delas.

Entre os personagens, de longe me simpatizei com Khala Shaima. A tia desbocada e sincera, que defendia as meninas, sem ter medo de ninguém. Há também a parlamentar Zamarud, que ganhou meu respeito apenas por ser uma mulher no Parlamento – acham pouco? Nossas protagonistas não ficam atrás. Cada uma com suas dores, em seu tempo, mas com problemas tão comuns e reais e visíveis, alguns deles identificáveis por nós ocidentais, outros que nos são inconcebíveis, como os casamentos arranjados e burcas e hijabs e xadors. Várias vezes quis entrar no livro e socar todos os homens, por serem uns malditos. Nossas protagonistas foram tratadas como objeto, moeda de troca e escravas, como tolerar coisas assim?
Algumas coisas não fazem sentido para mim quando ouço falar no islã. Tipo, como os homens de lá podem ser considerados bons quando só vejo aqueles que agridem suas esposas e tá tudo certo, isso sem falar nos que possuem mais de uma esposa. Como é que Alá, Deus ou quem quer que seja permite isso? Quando penso em muçulmanos, vejo Talibã e muitos como o já citado Rashid (de A Cidade do Sol) e agora Abdul Khaliq, marido de Rahima. Segundo a própria autora, antes das guerras, as mulheres estudavam, viajavam e faziam muitas coisas, assim como nós ocidentais, depois disso, nem sair de casa podiam. Me é simplesmente inconcebível. Diversas vezes me peguei pensando em como a mulher vale menos que o lixo e ainda assim continua lutando. Mas, me parece que quanto mais lutam, mais difícil e cansativo fica. Às vezes gostaria de que não existissem religiões no mundo.

Foi uma leitura edificante, aprendi muito sobre desde a cultura local e termos em árabe a luta diária das mulheres em sobreviver numa sociedade muito mais machista que a nossa, é o que é pior, num estado que não é laico. O que diferencia o Brasil do Afeganistão é que, pelo menos, oficialmente, ainda podemos professar nossa fé, seja ela qual for, sem o Estado para encher o saco. Eles são uma República Islâmica – eu que não quero levar meu catolicismo pra lá.

No mais, é um livro lindo que nos faz refletir sobre muitas coisas que não damos valor – e a educação é uma delas. Meninas dão a vida – literalmente – para poder frequentar a escola. A história da Malala é um ótimo exemplo para entendermos o poder da educação e como ela transforma aqueles que são ignorantes (no sentido de que não conhecem as coisas).

"Não tente parar um burro que não lhe pertence."

"- Rahima, você sabe quanto eu amo a Alá. Sabe que me curvo diante d'Ele cinco vezes ao dia, com todo o meu coração. Mas quero que me diga qual dessas pessoas que dizem coisas assim falou com Alá para saber qual é o verdadeiro nasib."

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Olá!

A Ana, do EC&M, através de parceria com a Arqueiro, conseguiu para mim um exemplar de Entre Irmãs, um livro maravilhoso que recentemente virou filme. Uma história de ficção, mas que poderia ser real, dadas as circunstâncias. Resenha originalmente postada no Entre Chocolates e Músicas.
SKOOB - Entre Irmãs vai contar a história das irmãs Luzia e Emília, que vivem na pequena Taquaritinga do Norte, no sertão pernambucano. Elas vivem com a tia Sofia e são costureiras de mão cheia. Emília sonha em se casar e ter uma família; já Luzia, por causa do braço defeituoso, não será muita coisa na vida, já que ninguém vai querer se casar com uma moça com um “problema grave”. A coitada era chamada de “Vitrola” porque o braço ficou dobrado, como se fosse uma vitrola de disco de vinil.

Estamos na década de 1920 e o cangaço está em seu auge. O Carcará, por onde passa, causa estragos. Ele e seu bando são o terror dos coronéis. Aliás, o coronelismo é muito forte no lugar (o que não é diferente de hoje, em cidades pequenas/povoados do Nordeste). As moças têm uma vida até tranquila: fazem as tarefas domésticas, vão à escola do padre Otto e costuram para a esposa do coronel Pereira, cliente fiel, além de frequentarem o curso de costura dado pela esposa do coronel quando esta comprou uma máquina Singer.

Porém, a vida delas vai mudar quando Carcará chega à Taquaritinga do Norte e “solicita” os serviços de Sofia e das moças. E será nesse momento em que elas vão se separar. Anos depois, Emília é a senhora Degas Coelho, uma família tipicamente recifense. Os Coelhos são conservadores e, por causa de sua relevância na cidade, são muito respeitados. O dr. Duarte Coelho, pai de Degas, não mediu esforços para abrir o Instituto de Criminologia, que tem como objetivo principal medir e verificar os crânios das pessoas – principalmente dos cangaceiros.

Sim, naquele tempo era comum medir a cabeça das pessoas para verificar se era possível saber, entre outras coisas, se uma pessoa seria criminosa ou honesta. Na época, tinham vários estudos sobre isso no país e o dr. Duarte era uma referência no assunto. Enquanto o patriarca estava às voltas com suas cabeças, Emília sofria em aprender as regras morais da sociedade local – por incrível que pareça, nada muito diferente de hoje.
Naturalmente, as opiniões das mulheres não tinham lá muita importância, elas sequer votavam! Assim como a autora descreve, as mulheres brasileiras só puderam votar a partir de 1932, após intensa movimentação durante o governo Vargas. Emília, que já não era mais a jovem inocente da caatinga, tinha diversas obrigações, mas nunca se esqueceu da irmã.

Luzia agora era a “Mãe” do bando de Carcará. Depois que se uniu ao bando – de livre vontade, devo dizer – ela comeu o pão que o diabo amassou para obter o respeito dos homens. Mas, pior que os cangaceiros, era a caatinga. Cruel e implacável, o sertão transforma homens e mulheres em sobreviventes. Não há água, o sol suga a energia das pessoas, para onde você olha, seca e mais seca. É uma lástima, de verdade. E Luzia, que nunca teve grandes expectativas, passou a ser alguém. E, como não podia ser diferente, também nunca esqueceu a irmã.

Primeiro, tenho que dizer que estou encantada com a trama! Nem parece que Frances passou boa parte da vida fora do país, tamanha facilidade em explicar os termos sociais/culturais/econômicos do país entre as décadas de 20 e 30. Dado o tempo em que Emília e Luzia viveram, infelizmente o machismo é visível em boa parte da obra. Mas isso não deve afastar o leitor, pelo contrário, são livros como esse em que podemos compreender bem a importância de lutar contra o machismo, e entender como esse mal não vem de hoje e está tão arraigado na sociedade que acabou virando lugar-comum.
Conforme entramos na leitura, parece que podemos ver tudo claramente: o sertão, a casa de tia Sofia, a escola do padre Otto e, mais adiante, a mansão da família Coelho, as mulheres das duas grandes sociedades locais, que faziam o bem não pensando no próximo, mas pensando em aparecer nas colunas sociais. Muita coisa que hoje parece abominável, naquela época era considerado natural – não necessariamente honesto ou não. Além disso, só o fato de que o livro ganhou um prêmio importante, portanto, estrangeiros demonstraram interesse pela história, já é algo muito relevante, tendo em vista que nem todas as opiniões sobre o Brasil são as melhores, infelizmente.

Por um forte desgaste mental, acabei demorando muito para concluir a leitura, mas se você tem tempo livre, em quatro dias você percorrerá as duas décadas de história. Aliás, o livro em si, mesmo se tratando de uma trama de ficção, tem muito de História do Brasil. É o tipo de livro que professores podem muito bem indicar aos alunos para que possam entender o que foi a República Velha, por exemplo. Claro que não se conta tudo, porém as personagens conseguem situar o leitor no período, fazendo com que ele compreenda o início da República com grande facilidade.

Por mais que a autora seja brasileira e o Brasil seja o retratado, eu não considero essa obra literatura nacional, pois não foi publicado originalmente aqui, mas isso não significa que não tenha sua importância. Aliás, só o fato de não ter sido publicado aqui é algo a se reparar. Quantas editoras americanas publicariam algo sobre um país da América Latina que fuja dos estereótipos? Não sabemos. Talvez o cangaço e a caatinga tenham lá seu charme fora do país.

Sendo assim, faz-se necessário dizer que a escrita da autora é muito boa. O Booklist indicou o livro para os fãs de Isabel Allende. E eu, como fã da chilena, posso afirmar que o site tem razão. E olha que não sou dessas de confiar em indicações de sites especializados, já que nem sempre eles acertam. A ficção com pitadas de fatos reais (uma coisa que amo, aliás) é marca registrada de Isabel, e como disse, tem muito no livro de Frances.

Enfim, recomendo o livro para aqueles que querem entender uma parte importante da história do país e também para quem quer conhecer uma realidade cruel e intocável do Brasil. A Arqueiro fez uma edição impecável, sem nenhum tipo de erro e a capa é o pôster do filme, que conta com as atrizes Nanda Costa e Marjorie Estiano nos papéis principais.

"Nunca confie na fita de um estranho."

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Olá!

Dessa vez, foi a Ani quem me emprestou seu exemplar de Nossa Música, e mais uma vez Dani Atkins arrebentou meu coração. Confira a resenha de sua terceira obra publicada no Brasil, como sempre, pela Editora Arqueiro.
SKOOB - Ally e Charlotte eram amigas, se conheciam há cerca de oito anos, porém, um acaso em forma de homem fez com que elas tomassem caminhos inacreditáveis. Ally conhece David numa festa, em que ela está trabalhando, substituindo um dos trompetistas da banda que tocará lá; ele é convidado. O sentimento nascerá aí, porém podemos ver que o casal não é lá essas coisas quando David nasceu em berço de ouro e Ally vem de uma família humilde.

Oito anos depois, perto do Natal, Ally e Charlie se reencontrarão num hospital quando seus maridos sofrerão graves acidentes: David infartou e Joe, ao salvar uma criança de um lago congelado, acaba ficando na água tempo demais. E seus estados são graves. Numa sala de espera, o passado começara a vir à tona, isso quando sabemos que David acabou casando com Charlotte e Ally, com Joe.

A história é contada em primeira pessoa, sob os pontos de vista de Ally e Charlotte, oscilando entre o presente (no hospital) e no passado, em momentos específicos. Apesar de ambas serem bem casadas e terem vidas tranquilas, é como se os detalhes do passado continuassem lá, só esperando uma oportunidade para aparecer.

Apesar de eu já ter sacado o plot da história, Nossa Música me fez chorar. De verdade. É um livro lindo, com toques de humor e um ou outro detalhe que pode acontecer com qualquer pessoa. Me fez lembrar de um certo livro do Nicholas Sparks, com plot parecido. Como sempre acontece, quando penso que a Dani fez um livro bem mais ou menos, ela vai e coloca fogo na história, e só resta a você devorar cada página até o final, sem parar nem pra dormir.
Jake é um menino fofo! Filho de Ally, ele é um tanto maduro para seus oito anos, porém, só pensa em como seu pai é orgulhoso (por ter salvo uma criança) mas o quer de volta, são e salvo. Max é o amigo de longa data de Ally, um estilista super talentoso que fez carreira em Nova York, mas não pensou duas vezes em voltar pra Londres quando a amiga precisou. Que homem.

David & Charlotte e Joe & Ally se completam, pois vieram de famílias parecidas e têm pensamentos parecidos. Todos são incríveis, apesar de Charlie querer pagar de durona e Ally ser meio teimosa. Mas confesso que, em dado momento, quis entrar no livro e socar o David, porque ele bem que merecia umas boas porradas. Apesar de eu entender o lado de Charlie, também quis dar na cara dela (sou #teamAlly). É uma relação um tanto complicada, em que o leitor, mesmo sem querer, vai acabar tomando um lado para si.

Aliás, ainda sobre o final, queria dizer que fiquei sem ter onde colocar minha dignidade. Isso porque o que aconteceu foi tão cruel, mas ao mesmo tempo tão lindo. Como eu disse, eu acertei o final um tanto antes de acontecer. Um ponto que preciso ressaltar são as descrições da Dani: ela o faz muito bem, falando de lugares que nunca fui (e provavelmente nunca irei) com uma clareza impressionante, que me faz visualizar tudo perfeitamente. Porém, essas mesmas descrições são demoradas e eu tenho pressa (e preguiça), porque quero que tudo aconteça logo. Enfim, um pequeno detalhe que quis comentar.

A Ana, do EC&M me emprestou seu exemplar (e alguns posts-it que ela tinha marcado caíram, desculpa e obrigada) e ainda me avisou que o livro era forte. E foi, além de ter sido uma leitura incrível e maravilhosa, tem a capa, que é bonita, mas destoa do padraozinho que a Arqueiro criou para a Dani. Condiz com a trama (o que é mais importante), mas achei um pouco diferente. Gostei. No mais, leitura recomendada pra quem quer ter o coração destroçado.




Olá!

Novamente fortalecendo a parceria entre mim e a Ani, do Entre Chocolates e Músicas, ela me conseguiu, através de parceria com a Arqueiro, Meus Dias Com Você, que tinha tudo pra emocionar, mas não chegou nem a encantar.
SKOOB - Escrito pela inglesa Clare Swatman, Meus Dias Com Você vai começar com Zoe Williams enviuvando. Exato, o livro já começa com ela e seu marido Ed tendo uma discussão de manhã logo cedo, aí ele sai de casa para trabalhar, sua bicicleta é atropelada por um ônibus e ele morre. Imediatamente o arrependimento bate, pois ela gostaria de ter querido dizer que o amava, pelo menos mais uma vez.

Passaram-se dois meses e ela ainda não se conformou com a perda de seu grande amor. Um certo dia, ela resolve ir até o pequeno jardim que Ed tinha no apartamento - ele amava jardinagem - e, na raiva do momento, se desequilibra, acaba escorregando e batendo a cabeça no chão. Só que, quando Zoe acorda, ela está em 1993, indo para a faculdade.

Sim, alguma coisa inexplicável acontece e ela volta no tempo, exatamente no dia em que conhece Ed. Até então, dividiriam a mesma casa na universidade e só. Ela revive esse dia exatamente como da primeira vez, mas, quando amanhece um novo dia, é outra data completamente diferente. E assim, selecionando momentos específicos, Zoe poderá se redimir e realizar seu único desejo - ou tentar mudar o destino.

Meus Dias Com Você tinha tudo para ser lindo, mas faltou algo para chegar lá. Esse livro me lembrou Uma Curva no Tempo, da Dani Atkins (faz tempo, mas falei dele aqui). Aliás, percebi que a Inglaterra está exportando muitas autoras incríveis, mas que escrevem com temática parecida - não sei dizer se é bom ou ruim. Assim como o da Dani, o livro explora o fato de a personagem vivenciar uma realidade alternativa com o objetivo de, pelo menos tentar, mudar um fato irrefutável. Mas, diferente de Dani, Clare não conseguiu transmitir a mesma emoção.
Zoe é workaholic, quer crescer na carreira, tem muitas ambições, o que é ótimo, mas ela precisava mesmo agir como uma idiota? Ed é gente boa, mas um tapado, teve momentos que eu quis entrar no livro e dar uns bons socos neles. Como casal, não me convenceu. Jane, melhor amiga de Zoe, é a melhor amiga que todo mundo deveria ter.

Ed não quer se casar, não porque não ama Zoe, mas porque teme ficar igual ao pai, que, resumindo, foi um completo idiota. E Zoe quer muito casar. E o casamento está à beira da ruína por causa desse embate, o que, sinceramente, me cansou um pouco. Mas o livro tem seus pontos positivos também, como o próprio fato de Zoe querer mudar o destino - se ela vai conseguir é outra história - mas isso mostra como ela é humana e aprendeu com as falhas.

Estou suspirando com essa capa, que mostra (até demais) a mensagem da trama. Os tons fortes de roxo, o bege e o toque de laranja não cansa a visão, o que me permite olhar até se perder, porque a capa é linda até demais. A edição da Arqueiro está impecável e esse marcador magnético é uma lindeza à parte. Não localizei erros de nenhuma ordem. Para conhecer Clare Swatman e vivenciar Londres, Meus Dias Com Você é uma ótima sugestão.
Fica aí o questionamento...



Olá!

Pense no livro mais engraçado que você já leu. Esse mesmo, esse título que te arrancou gargalhadas em todos os lugares que você o leu. Pode ter certeza que o francês Gilles Legardinier superou o/a autor/a da obra em que você pensou. Um dos lançamentos de abril da Arqueiro me fez ter altas crises de riso. Confira a resenha de Amanhã Eu Paro!
SKOOB - Este livro não é sobre gatos, porém vai contar a história da jovem Julie Tournelle, que mora em uma cidadezinha (não citada) no interior da França. Ela está na festa de divórcio de um amigo, quando um homem a aborda perguntando qual foi a coisa mais idiota que ela já fizera na vida. Então, ela se abre para o leitor (e para quem lhe fez a pergunta) e conta sua maior (e mais louca) aventura.

Julie tem um emprego chato num banco e separou-se recentemente de um namorado abusivo. Porém, um novo morador chega em seu prédio. Um homem cujo rosto ela não conhece, mas seu nome torna-se um mantra em seus lábios. Ricardo Patatras. Isso mesmo, Patatras é o sobrenome do cara, e é justamente nisso - o sobrenome incomum - que ela vai reparar.

Por causa de sua imensa curiosidade, ela chegará ao ponto de prender a mão na caixa de correio do vizinho sem rosto e é bem nesse dia que se conhecem. Ricardo diz trabalhar com informática, e a atração de nossa mocinha atrapalhada é imediata. Ela não faz outra coisa senão pensar no cara. Vai pintar altos climas, mas ela tem medo de se apaixonar e o cara ser, sei lá, um doido assassino.
Diferente de muita coisa que já li, Amanhã, Eu Paro! é um livro super gostoso e engraçado de se ler. Em meia hora de leitura, já tinha dado umas três gargalhadas, daquelas bem gostosas. A sinopse diz que "Julie tem o irritante hábito de fazer as maiores loucuras quando está apaixonada". Mas sabe que, em nenhum momento fiquei irritada com ela? Pelo contrário, cada vez que ela vai narrando um acontecimento seja com Ric, seja na vizinhança, a vontade que me dava era de entrar na história e viver essa aventura com ela - menos namorar o Ric, dispenso.

A redondeza que Julie vive é muito bacana: tem o Mohamed, do hortifruti (é o terceiro Mohamed que é dono da loja, mas só o primeiro realmente tinha esse nome), a sra. Bergerot, da padaria, que todo mundo queria ter como avó, o Xavier, que mora no prédio vizinho e, por não ter entrado no exército, acabou por construir um super carrão bólido, a Géraldine, colega de banco da Julie, que é muito doida... Enfim, gente bacana que dá todo um charme à história.
Tá vendo o gatíneo passeando ali na página? Então, ele faz parte de um flipbook :)
Ricardo Patatras é um poço de mistério, a começar pelo sobrenome, que claramente não é francês. Ele diz trabalhar com informática, mas tem umas informações muito exclusivas sobre a casa de uma certa família Debreuil, que tem uns segredos meio polêmicos... Não sabemos o que esperar dele, mas queremos (e torcemos) para que ele seja um cara super do bem e não faça nossa Julie sofrer.

A edição da Arqueiro está uma lindeza, a capa é a mesma da edição original, em que se ressalta que não é um livro sobre gatos, porém, quando solicitei o livro à editora, foi justamente o bendito gato que me chamou a atenção, ainda mais por ele usar um gorro peruano super conceitual, que é feio pra burro, mas agora eu quero um. Achei uns dois errinhos, graves, porém que não alteram a beleza e o humor da leitura.

Eu, infelizmente, não falo francês (aprendi algumas coisas, mas não são suficientes para que eu inicie uma leitura), então fica o apelo para que a Arqueiro publique mais obras dele, porque o cara é muito bom! Não são todos os homens que escrevem uma personagem feminina - em primeira pessoa - sem soar piegas ou artificial. Gilles e a Arqueiro estão de parabéns.

E agora eu quero um gato e um gorro peruano. Ou um gato usando gorro peruano.



Olá!

Meu recebido de março da Arqueiro é um livro que a editora apostou todas as suas fichas, dada a dificuldade que a autora impôs para que a obra fosse publicada; não seria qualquer casa literária que publicaria seu segundo livro, ela teria que ser convencida para tal. E nossa parceira conseguiu. Agora vem conferir a resenha de O Sol Também é Uma Estrela, de Nicola Yoon.
SKOOB - O Sol Também é Uma Estrela começa com a jovem Natasha depositando suas últimas fichas para reverter o praticamente irreversível: sua deportação. Ela e a família são oriundos da Jamaica e vivem ilegalmente nos Estados Unidos há nove anos. Ela precisa arrumar suas malas porque o embarque será em 12 horas. Entretanto, ela sai de casa em busca de uma solução para seu problema.

Daniel é um jovem que sonha em ser poeta, algo que sua família, de origem coreana, reprova. O pai quer que ele vá estudar medicina em Yale. Para a família de Daniel, ou você vira médico ou você vira uma decepção, assim como é seu irmão Charlie, suspenso das aulas em Harvard. Ele sai de casa para ir a uma entrevista, que pode carimbar sua ida para Yale.

E justamente nesse dia, que aparenta ser comum para muita gente, o Universo vai mexer seus pauzinhos e fazer com que Natasha e Daniel se conheçam numa rua movimentada de Nova York, fazendo com que suas vidas ganhem um novo sentido.

Natasha é a razão: para ela, tudo tem que ser exato, real e sucinto. Ela precisa controlar tudo, assim, saberá que está certa. O cérebro em primeiro lugar e quer estudar para ser cientista de dados, assim poderá trabalhar com fatos e argumentos. Ela não acredita em nada que não possa ver ou provar. Daniel é o coração: seus sentimentos são movidos pela poesia, é um sonhador nato, para ele é impossível viver sem sonhar.

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Apesar das apostas altíssimas da editora, para mim foi uma boa leitura. E só. Claro que, pelo fato da autora ter imposto uma certa dificuldade em aceitar qual editora publicaria este livro, a Arqueiro tem que mostrar ao mundo. E tem mesmo, o livro é lindo, mas a Natasha me irritou com seu ceticismo ao extremo. Eu também sou cética, é verdade, mas como ela, olha, nunca vi, tinha horas que eu só queria entrar no livro e socar a cara dela.

O livro é todo em terceira pessoa, mas temos vários pontos de vista: Daniel e Natasha são os principais, claro, mas também temos pontos de vista do pai de Natasha, do pai do Daniel, explicações sobre o cabelo, os olhos, entre outros temas que são abordados no livro, de acordo com o desenrolar dos fatos.

Eu deveria ter me irritado demais com o final do livro, mas, após concluir a leitura, tive que aceitar o fato de que a história acabou do jeito que deveria acabar, ou seja, acabar com o único final possível. Por mais que o jeito que Daniel e Natasha se conheceram seja um tanto improvável (se um cara me aborda do nada no meio da rua, não vou pensar coisa boa), a escrita da Nicola me fez acreditar que o Universo era legal a ponto de fazer com que duas pessoas completamente diferentes se apaixonem. Mas a Nicola foi gente boa e colocou um "extra" (é um spoiler, mas juro que vale a pena), nos deixando com o coração aquecido.
A capa da Arqueiro é igual à original americana. Aliás, essa capa é uma obra à parte. Feita à mão por uma designer australiana, essa arte, a princípio te faz admirar a imagem, mas conforme você vai lendo, vai entendendo a importância dela. É um trabalho de formiguinha, cujo final te deixa boquiaberto. Não encontrei erros de nenhuma ordem e os capítulos são tão rápidos (alguns duram meia folha) que, quando você vê, já acabou de ler - o que é ótimo, dado meu pouco tempo livre.

No mais, a história é linda sim, por mais que eu tenha dito que é "só uma boa leitura", eu gostei muito de ter conhecido a escrita da Nicola, além de saber mais sobre ela mesma. Com certeza alguém vai se inspirar (ou se identificar com) na Natasha ou no Daniel e assim, aquecer seu coração, porque é uma trama que todos os céticos deveriam ler. Aliás, quando recebi o kit com essa almofada bem confortável, o quote escrito nela me lembrou uma música da minha banda favorita, cujo clipe está logo abaixo, e, para mim, a mensagem de Marie e Per combina muito bem com esse livro.

No kit, além da almofada, veio um bottom com um quote do livro e uma cartela de tatuagens com todas as ilustrações que abrem cada capítulo do livro. Prestem atenção nelas, além da delicadeza iminente, elas têm um sentido incrível na trama. A cartela é como aquelas tatuagens de chiclete, precisa de água para grudar na pele. Mas eu não tive coragem de usar porque elas são lindas demais.

Todos os envolvidos na publicação dessa história estão de parabéns.





Olá!

Mais um recebido em parceria com a Arqueiro aqui no blog! Pena que, dessa vez, o livro ficou bem abaixo das expectativas, nem parece que foi ele mesmo que escreveu. Enfim, escritores também são seres humanos e também falham (ou escrevem histórias não tão boas assim). Então vem entender o que aconteceu depois que li A Promessa, de Harlan Coben.
A Promessa é o oitavo livro da série Myron Bolitar e desta vez ele vai prometer umas coisas complicadas a duas jovens, que são as filhas de sua namorada e de sua amiga. Um certo dia, ele encontra essas moças conversando em seu porão. Elas falavam sobre garotos, festas e álcool. Myron, querendo ajudar (algo que é normal em sua vida), oferece ajuda a elas, caso algum dia estivessem em apuros. Para que elas tivessem total confiança, ele promete que, caso elas liguem, ele não fará nenhum tipo de pergunta. 

E isso realmente acontece. Uma das meninas, Aimee Biel, que é filha de uma amiga de longa data de Bolitar, liga para ele, pedindo que a leve num certo endereço. Depois que ele cumpre sua promessa, a garota é dada como desaparecida. Porém, alguns meses antes, outra garota sumiu, em modus operandi parecido com este: garota maior de idade, faz saque num caixa eletrônico (o mesmo nos dois casos). E Myron acaba sendo considerado o principal suspeito do desaparecimento de Aimee. E o que era pra ser um caso de procura, acaba se tornando uma busca pela verdade. 

Adoro romances policiais, então não ler Harlan seria algo estúpido de minha parte. É o quarto livro dele que leio – segundo sobre Bolitar – e infelizmente, ele me decepcionou. Comecei a leitura com altas expectativas, que não foram superadas. Aliás, nem parece que foi ele quem escreveu, de tão modorrento que é.
A leitura foi muito arrastada, mesmo eu já tendo reclamado de ter lido vários policiais em um curto espaço de tempo, esperava mais deste livro. E não, o fato de ter lido vários do gênero em seguida não ia atrapalhar esta leitura, até porque eu li premissas bem diferentes, situadas nos mais diversos lugares, como São Paulo, Estocolmo e Reykavik. Parece que temos mais do mesmo, Bolitar roda, roda, roda e não sai do lugar, muitos detalhes – muitos mesmo – e a história não parece avançar. O que é uma pena, porque Coben é mestre em fazer prender os seus leitores, só que, desta vez, parece que ele perdeu a mão. 

Já a Arqueiro está de parabéns pela edição. Solicitado em parceria, a capa condiz com a trama e adorei o título escrito em rosa – na minha estante vai combinar com o "O Medo Mais Profundo" (resenha aqui), cujo título está escrito em azul e também é uma história com Myron, mas muito melhor. 

Antes que me crucifiquem, Harlan não perdeu uma fã, pelo contrário, vou continuar lendo mais dele sim, mas A Promessa não foi um livro que me convenceu, e fico chateada porque acompanho o trabalho dele e nem preciso dizer, mas ele é ótimo no que faz! A propósito, se você conhece mais obras dele, pode me indicar! Pra ajudar, além de O Medo Mais Profundo, eu li "Cilada" (resenha aqui) e "Não Fale com Estranhos" (resenha aqui), todos recebidos em parceria com a editora. 

O marcador informa todos os títulos da série Myron Bolitar.
P.S.: Arqueiro, que dia será publicado Home, o décimo primeiro livro da série?



Olá!

O resenhado de hoje foi um recebido em parceria com a Arqueiro que me deixou emocionada, ao mesmo tempo que me fez refletir sobre muitas coisas. Confiram a resenha de O Caminho Para Casa, de Kristin Hannah, recebido em parceria com a Arqueiro.
O Caminho Para Casa começa com Lexi Baill, de 14 anos, sendo adotada por sua tia-avó. Até então, ela vivia entre lares adotivos temporários e sua casa, onde via a mãe se drogar. Sua mãe morre e ela é avisada de que possui uma parente, que jamais conhecera. Tia Eva (melhor pessoa) mora em Port George, Washington. Port George, pelo que entendi, fica perto de Pine Island, onde mora a família Farraday.

Jude Farraday é a mãe superprotetora (irritante) dos gêmeos Zach e Mia, também de 14 anos. Zach é o atleta popular, gato e cercado de amigos, enquanto Mia é tímida, sonha em ser atriz e não tem amigos. Jude acaba incluindo Lexi na família quando esta resolve se juntar à Mia no intervalo da escola, para falar sobre livros. Olha aí a literatura criando e fortalecendo uma amizade que dura todo o Ensino Médio.

Mas Lexi se apaixona por Zach. E guarda esse segredo durante os anos escolares, isso porque não queria magoar Mia, porque, num passado não tão remoto, outra garota usou Mia para se aproximar de Zach e depois desfez a amizade. Lexi prezava demais sua amizade com Mia, ao passo que imaginava que Zach não gostava dela.

O último ano chega e todos os jovens estão às voltas com a formatura e os formulários de inscrição para as universidades. Os gêmeos Farraday querem ir para a USC (Carolina do Sul), que é bem conceituada... e cara. Como Lexi é bem mais humilde, sonha com a faculdade comunitária. Nesse meio tempo, Zach se declara para Lexi (e a gente começa a shippar esse casal), ele e a irmã conseguem entrar na faculdade desejada e Lexi consegue duas bolsas em universidades excelentes - Washington e Western Washington.

E como o que é bom dura pouco, uma certa situação - tragédia - destrói a família Farraday. Claro que Jude e seu radar de mãe pressentem que algo de ruim poderia acontecer e claro que fica muito arrasada com isso. E é aí que a amizade das meninas, o amor de Zach por Lexi e tudo que envolve essa família fica em xeque.
Dizer que sou fã da Kristin é como dizer que gosto de ler, porque ela é incrível! Apesar de seu início um pouco lento, pela necessidade de apresentar - com riqueza de detalhes - o universo da trama: seus personagens, o meio e o contexto em que vivem, (o que é visível em todos os livros dela) é possível enxergar como é Pine Island só pelas descrições da autora. Isso me deixa muito ansiosa para chegar à parte boa da história. E quando ela chega... aí você não larga mais.

A mensagem de Kristin Hannah sobre amor, família, perdão e compreensão é muito forte. Te faz pensar nas injustiças da vida e porque elas acontecem. Uma coisa que achei interessante foi o paradoxo entre Jude e a mãe de Lexi - como elas são tão diferentes. Outra coisa é ver os rumos que Lexi tomou: mesmo sendo filha de uma drogada e tendo tomado decisões ruins, ela segue o caminho do bem; é um doce de menina.

O final foi até como eu esperava, mas senti que faltou algo, que não sei como explicar, talvez tenha sido rápido, não saberei dizer. Os questionamentos que Jude faz sobre ser mãe (e sobre sua própria mãe, que vai aparecer em certo momento da trama) são super válidos e comuns às mães - vale refletir.

A edição da Arqueiro, que me cedeu o livro em parceria, está de parabéns. É dividido em duas partes, em terceira pessoa, mas narrando os pontos de vista de Jude e Lexi. A capa representa bem a trama: o jarro se quebrando, ele representa a família Farraday no ponto alto da história. Cinco estrelas é pouco pra Kristin Hannah.

P.S.: adorei o sobrenome Farraday.

P.S. 2: Miles Farraday, médico e marido de Jude, é a segunda melhor pessoa deste livro. E, disparado, o mais bonito, rs.



Olá!

Mais uma resenha de livro do James Patterson aqui no blog! Mas, diferente dos livros que li dele, esse é um romance. Eu sabia que ele escreve de tudo, mas é a primeira vez que leio algo dele que não seja policial/thriller. Estou apaixonada por O Diário de Suzana para Nicolas.
O Diário de Suzana para Nicolas começa com a editora literária Katie Wilkinson sofrendo porque seu namorado, o poeta Matt Harrison terminou o relacionamento que tinham há cerca de um ano. Antes de sumir no mundo, Matt deixou um embrulho para Katie e, quando ela o abriu, se surpreendeu: era um diário. O conteúdo do diário foi escrito por Suzana, esposa de Matt. Isso mesmo, Matt era casado. E tinha um filho, o Nicolas. Junto do diário, uma mensagem do poeta, que poderia ser resumida como: “é cruel, porém real” (minha interpretação).

No diário, Suzana vai contando desde quando foi embora da cidade grande após passar mal, até quando conheceu Matt e os pormenores de sua vida de casada. Entre uma leitura e outra, Katie vai sofrendo, pois as palavras de Suzana machucam. Mas são palavras reais, que, conforme você vai lendo, vai se emocionando.

Bem, eu sou suspeita para falar de James Patterson. Ele me conquistou com seus livros da série Alex Cross (policiais/thrillers/suspenses) e em parceria com outros autores. Ele escreveu incontáveis livros sobre os mais diversos temas, mas essa é a primeira vez que eu tinha lido um de seus romances.

Outras obras: Os Assassinos do Cartão-Postal (c/ Liza Marklund) | Zoo (c/ Michael Ledwidge)
E estou apaixonada. Esse livro é lindo, chega no coração. Ao mesmo tempo que você vai sofrendo com Katie, querendo consolá-la, você também quer estar com Suzana, porque ela também precisa de ajuda. Quando você pensa que Matt é um babaca, a situação vai se revelando e você, no final, só quer ajudar a todos.

Em 2005, essa linda história virou filme, com a Christina Applegate no elenco. Não sei se pretendo ver, pois o final é forte demais. Arriscarei. Mas, enquanto isso, apenas elogios para a edição da Arqueiro. Não localizei erros de nenhuma ordem e a capa dá uma ideia de como é a ilha de Martha’s Vineyard (gostei do nome), que é onde a história de Suzana se passa.

A capa da Arqueiro é linda e os capítulos são curtos, sob os pontos de vista de Suzana, Katie e Matt. Recomendado pra quem ama aquele romance contendo dor e sofrimento, mas que no fim, tudo fica bem - ou para sair da zona de conforto do James Patterson.


Olá!

A resenha de hoje é mais que especial, isso porque a Ani, do EC&M, é quem escreverá as linhas seguintes. Para os fãs de romance de época, vem conferir a resenha de Escândalos na Primavera, da Lisa Kleypas, recebido em parceria com a Arqueiro.
Resenha Anterior: Pecados no Inverno
Oi vocês,

Para quem não me conhece, sou a Ani do Entre Chocolates e Músicas e hoje eu vou falar sobre o último livro da série “As Quatro Estações do Amor” da Lisa Kleypas. Lançada pela Editora Arqueiro, as obras retratam a amizade de quatro solteironas que precisam arrumar um pretendente até o final de cada temporada.

E depois de conhecermos as histórias de Annabelle, Lilian e Evie, chegou a hora de nos aventurarmos com a sonhadora Daisy Bowman.

Em Escândalos na Primavera, conseguimos acompanhar e entender melhor algumas escolhas feitas pela pequena Daisy. Ela sempre preferiu ler a participar de bailes e talvez isso tenha influenciado o fato dela estar em sua terceira temporada em Londres e ainda não conseguiu encontrar um bom marido. Em Pecados no Inverno, terceiro livro da série, Thomas Bowman lhe dá um ultimato e se ela não conseguir um pretendente adequado, ela terá que se casar com Matthew Swift e é o desenrolar disso que acompanhamos nessa obra.

A jovem prefere a morte do que se casar com Sr. Swift e por isso conta com a ajuda de suas melhores amigas – e seus respectivos maridos – para encontrar um pretendente que não seja o escolhido de seu pai.

Eu me apaixonei por essa série desde o primeiro livro e mesmo querendo saber o desfecho, fiquei muito triste com o final dessa série que ganhou meu coração... Já estou morrendo de saudades das “minhas meninas” e com certeza vou reler as obras.
Como já era de se esperar nesse volume nosso foco será Daisy, porém, as demais personagens permanecem muito presentes nesse livro o que deu um toque a mais de nostalgia durante a leitura.
Nossa protagonista continua meiga e sonhadora, porém, ela vai amadurecendo durante o decorrer da história, surpreendendo a todos e principalmente sua irmã Lilian que sempre a protegeu. Quando Matthew Swift apareceu no enredo eu já imaginava que ele não seria o monstro pintado pelas irmãs Bowman e como fiquei feliz em confirmar isso. Swift possui um passado sombrio o qual pode colocar tudo o que conquistou a baixo inclusive a atenção da Srta. Daisy e isso torna leitura mais instigante. É nítido que o personagem precisa desabafar, mas não confia em ninguém e com isso acaba jogando pequenas dicas, pequenas frases que nos deixa mais curiosos para chegar ao final e conhecer esse segredo tão assustador (segundo ele).

Escândalos na Primavera tem tudo o que você possa imaginar, mas como o próprio nome diz: escândalos é o que não faltará e é cada um que você chora de dar risada. Eu achei esse livro o mais engraçado de todos, bem escrito e muito, muito, muito envolvente! Valeu muito a pena esperar o lançamento.

Acredito que embora nosso foco seja as temporadas, a sociedade daquela época e os costumes, o que a autora tentou e conseguiu nos passar e nos mostrar com toda certeza foi o poder da amizade desse quarteto. Não importava o problema, todas estavam juntas, unidas, protegendo umas às outras e isso é lindo e inspirador. O final foi digno de suspirar e sim, como a própria sinopse diz: fechou a série com chave de ouro. Leitura mais do que aconselhada.


“A maioria das pessoas não se distingue por grandes feitos, mas por um número infinito de pequenas coisas. Sempre que você faz algo de bom ou faz alguém sorrir, isso dá sentido à sua vida. Nunca duvide de seu valor, minha cara.”


Beijinhos,

Olá!

O resenhado de hoje foi um recebido da Arqueiro, parceira do blog, que me surpreendeu. É a primeira vez que leio uma obra do francês Michel Bussi. E não sei se terei palavras para descrever esse livro. Tentarei, eu juro. Confira a resenha de Ninfeias Negras.
Estamos em Giverny, um vilarejo no interior da França. Até aí, nada demais, se Giverny não tivesse sido imortalizada nas telas do único pintor possível, o gênio do Impressionismo, Claude Monet (1840-1926). Estamos em 2010 e o lugar foi palco de um terrível crime: o oftalmologista Jérôme Morval é brutalmente assassinato, à beira de um rio. Para tentar solucionar esse mistério, o detetive Laurenç Sérénac é designado para o caso.

Mas, quem nos contará melhor esse caso é a velha, uma mulher octogenária que anda pelos cantos, sempre vendo tudo, através do quarto andar do moinho de Chennevières, onde esconde sua maior preciosidade: um quadro, intitulado Ninfeias Negras.
A história dessa velha se mistura à história de outras duas mulheres: uma menina de onze anos, Fanette, que sonha se tornar uma grande pintora; e a professora Stéphanie Dupain, da escola local, que vive presa em um casamento sem amor.

Voltando ao crime, Sérénac e seu fiel assistente Sylvio Bénévides buscam provas e suspeitos nos mais diversos lugares, mas cada vez que procuram, mais difícil fica de desvendar o caso. Morval é um colecionador das obras de Monet e, antes de morrer, estava obcecado em conseguir um quadro de Ninfeias. Além disso, era conhecido por trair a esposa.

O livro é narrado sob as óticas de: da velha (primeira pessoa), do detetive Sérénac (em terceira) e de Fanette (primeira pessoa, mas com pensamentos em primeira), então temos vários pontos de vista para a mesma situação. Ah, e vale ressaltar que Giverny acompanhou tudo isso em treze dias. E várias histórias se desencadeiam a partir desse crime: o casamento frio de Stéphanie, o quadro que Fanette está pintando para participar de um concurso, a investigação de Sérénac...

Adorei o marcador!
Gente, eu não tenho palavras para descrever esse livro (sim, já disse isso no início do post, mas preciso repetir)! Nunca tinha lido um romance policial francês, ainda mais se passando numa cidade como Giverny, que respira Impressionismo, Monet e arte, muita arte! Um ponto muito positivo para Bussi é que ele inseriu muitos fatos reais na trama. Os locais, outros pintores, as histórias sobre Monet, alguns crimes de arte citados, tudo isso é real. E eu adoro quando fatos reais são inseridos na trama.

Apesar dos fatos terem acontecido em treze dias - dividido em duas partes -, a história não acontece às pressas, tudo é devidamente bem trabalhado, bem descrito, bem contado, fazendo o leitor entrar na história e assistir a tudo de camarote, junto com a velha.

Sério, eu preciso comentar esse livro com alguém, porque o final me fez levar às mãos na cabeça. Nem me passou pela mente a forma como o autor encerraria o caso. Você acredita em uma coisa durante todo o tempo, aí no fim, o autor vai lá e esfrega na sua cara que você esteve errado o tempo todo!

Bom, não posso falar mais sobre Ninfeias Negras porque qualquer coisa a mais que eu diga será spoiler. Porém, posso afirmar que a Arqueiro arrasou no trabalho. Não encontrei erros de nenhuma ordem e estou apaixonada por essa capa preta com um verniz que simula água. O marcador personalizado dá todo um charme à leitura. Durante a leitura, pensei em dar quatro estrelas no Skoob, por detalhes, mas por causa do final, cinco estrelas é muito pouco para essa obra!
Casa de Monet, em Giverny. Foto: site oficial de Giverny
Portanto, obra mais que recomendada, para mim foi uma experiência interessante ler um romance policial de um autor fora do eixo EUA-Inglaterra-Suécia. Vale muito a pena, ainda mais porque Giverny é muito linda!
Aureliano, de Luis Aragon.

Olá!

Logo no primeiro post do ano, falei como virei fã do Mitch Albom, pois hoje é dia de mais uma resenha desse homem maravilhoso! Dessa vez, é hora de colocar nossa fé em prova, com essa preciosidade chamada O Primeiro Telefonema do Céu.

Arqueiro | Skoob | Submarino | Saraiva

O Primeiro Telefonema do Céu nos apresenta a interiorana cidade de Coldwater, estado americano de Michigan. Katherine Yellin, uma corretora imobiliária, ainda não superou a morte da irmã, por aneurisma. Até que, numa manhã, Katherine recebe uma ligação de Diane. Sua irmã. Morta há dois anos. Tess Rafferty, que perdera a mãe recentemente, também recebe uma ligação. De Ruth. A mãe. O policial Jack Sellers também recebeu uma ligação de seu filho Robbie, morto no Afeganistão.

Tess, Katherine, o policial Jack e alguns "escolhidos" receberam ligações de seus entes queridos. Até que, durante o culto na Igreja batista da cidade, Katherine traz o que ela chama de "boa-nova". E essa notícia vai chegar à imprensa.

Do outro lado, Sully Harding acaba de sair da prisão, acusado de um crime que cometeu, mas não cometeu - sim, é estranho, mas quem ler vai entender. Ele é um ex-militar que, recentemente, perdeu a esposa e tinha acabado de reencontrar seu filho, de sete anos. Ele ouve a notícia de Katherine e acha um absurdo.

As ligações se repetem. Sempre às sextas-feiras. Em mensagens curtas, os mortos dizem que não há dor, há paz e que espalhem a boa-nova, que Deus está na dúvida e coisas assim. Amy, uma jornalista de uma cidade maior, vai até Coldwater para investigar essa trama. Ela sonha com um emprego melhor, com um salário melhor, longe de sua atual empregadora, a Nine Action News. Mas Coldwater a transformará profundamente.

Diversos veículos de comunicação chegam à pequena cidade na busca de conseguir mais informações sobre os "telefonemas do além". Amy vai precisar driblar todos eles se quiser alguma exclusividade - e melhorar de emprego. Tess, Katherine e outros só querem ouvir seus entes queridos do outro lado da linha. Sully quer provar que tudo é mentira e que não há nada do outro lado, mas seu filho anda com um telefone de brinquedo, esperando uma ligação da mãe. Um verdadeiro exercício de fé.

Quando eu fiz a solicitação de novembro da Arqueiro, me lembro perfeitamente de ter pedido outro título, mas talvez por erro ou por falta do solicitado no estoque, mandaram O Primeiro Telefonema do Céu, fazendo dobradinha com As Cordas Mágicas (resenha aqui). Talvez essa troca não foi a toa. O livro fala de fé e esse sentimento anda em falta na minha vida, devo confessar. Até ler As Cordas Mágicas, não fazia ideia de quem era Mitch Albom. Agora, leio tudo o que ele escrever. Obviamente, não conhecia esse livro, mas agora virou um de meus favoritos.
Devorado em um dia, basicamente, você terá uma opinião absoluta ao fim da leitura: acredite no que achar melhor. Durante a leitura, você toma uma lado da situação: ou acredita ou não. Conforme a história vai se desenvolvendo, você mergulha totalmente em Coldwater. Você está lá, manifestando sua opinião. É praticamente impossível se confundir com os fatos, aliás, o jornalismo (marrom) está lá, fazendo seu papel - programas do tipo Datena, Marcelo Rezende e Sonia Abrão não sairiam da cidade.

Pra quem gosta de história real (oba!), aqui também tem. Em paralelo aos acontecidos de Michigan, o narrador (onisciente) conta a História do telefone, de como Alexander Graham Bell supostamente roubou a ideia de outro, apresentou-a a Dom Pedro e depois à Rainha Vitória. Aliás, tem várias curiosidades sobre o inventor do telefone: tanto sua mãe como sua esposa eram surdas e, indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento do produto.

Esse livro é tão especial que até seu formato é diferente. Ele é menor em relação ao padrão de tamanho que a editora usa em seus títulos. Talvez seja o tamanho certo para guardarmos no coração essa preciosidade. Dizer que a capa é linda e não encontrei erros de nenhuma ordem durante a leitura é só um pequeno detalhe. A mensagem desse livro pode resumida a: tenha fé. Não necessariamente em Deus, mas em que dias melhores virão.